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Polícia
Terça - 11 de Outubro de 2011 às 20:55
Por: KATIANA PEREIRA

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Júlio Fontes/Poconet Notícias
Carro de passeio foi atingido por viatura da PM e arremessado contra o muro
Carro de passeio foi atingido por viatura da PM e arremessado contra o muro

O encarregado de obras Odair Marques da Silva, 35, vai entrar com uma ação na Justiça contra o Estado, responsabilizando-o pela morte de sua esposa, num acidente com uma viatura da Polícia Militar, na manhã do último domingo (9), em Poconé (104 km ao Sul de Cuiabá).

O viúvo pretende, ainda, cobrar do Estado ressarcimento pelos prejuízos materiais causados em decorrência do acidente.

A dona-de-casa Denirdes Aparecida Corrêa, 34, morreu quando o veículo Gol, em que ela e o esposo estavam, foi atingido por uma caminhonete Ranger, da Polícia Militar Ambiental de Poconé. O impacto foi tão forte que o Gol foi arremessado contra o muro. Denirtes morreu na hora e Odair teve um corte profundo na cabeça.

O acidente aconteceu na Avenida Joaquim Murtinho, no centro de Poconé. Odair disse ao MidiaNews que seguia pela via, normalmente, e nem viu quando a caminhonete os atingiu, devido à velocidade que o veículo da PM desenvolvia.

Ele contou que percebeu que a esposa estava morta logo após a batida - o Samu foi acionado e constatou que Denirdes entrara em óbito. O encarregado de obras foi encaminhado para o Pronto-Atendimento, pois estava com um corte profundo na cabeça.

A família, que reside no bairro Jardim Maringá, em Várzea Grande, estava em Poconé para passar o fim de semana com os pais da mulher e entregar o estado de óbito de uma tia dela, que havia falecido há cerca de 10 dias.

"Fomos para passear, fizemos uma comprinha, íamos assar uma carne; saímos de carro e aí teve o acidente. Foi tudo muito rápido, o impacto muito forte. Quando eu vi que minha esposa estava morta, entrei em desespero. Falei para os policiais que isso não ia ficar assim. Acabaram com uma família, eu fiquei sem minha esposa e com dois filhos pequenos para criar, sozinho. O nosso filho caçula tem cinco meses, o outro está entrando na adolescência, com 12 anos. Foi ele que nos pediu para passar o fim de semana em Poconé", contou Odair.

O encarregado de obras acredita que a responsabilidade do acidente deve ser repassada ao Estado, pois agentes públicos, dirigindo veículo público, ocasionaram a morte prematura de sua esposa.

Ele reclamou, também, da omissão do Estado no atendimento à ocorrência. Testemunhas endossaram que o corpo da vítima ficou no local do acidente por cerca de cinco horas.

"O acidente ocorreu por volta de 10h30, mais ou menos. A perícia e o IML só apareceram no local por volta das 14h30. Fiquei todo esse tempo ao lado da minha esposa, guardando o corpo dela. É muito sofrimento", disse Odair ao MidiaNews.

Outra reclamação é sobre a falta de atenção do Estado em relação à ocorrência. "Até o momento, ninguém do Estado nos procurou. Será que é assim? Policiais matam uma mãe de família, destroem um lar e ninguém, ao menos, nos procura para saber o que aconteceu", disse, indignado.

Odair lembrou, ainda, que, além do sofrimento emocional, a sua família contraiu uma série de dívidas, por conta do óbito de Denirdes. "Só as despesas com o velório e sepultamento ficaram em mais de R$ 3,5 mil. O veículo Gol, que era para locomoção da família, teve perda total. Ainda vou ter que continuar pagando prestações de R$ 700 mensais, sem ter o carro, que ficou inutilizável. Quero que alguém me responda: quem que vai arcar com toda essa despesa?", indagou.

Odair Silva retorna a Cuiabá na quinta-feira (13) e irá procurar a Defensoria Pública ou, até mesmo, um advogado particular que se interesse pelo caso.

Outro lado

O MidiaNews entrou em contato com o comando da Polícia Militar de Poconé, mas não obteve retorno.

A Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para apurar as causas do acidente.






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