Energia economizada deve ser a maior dos últimos 10 anos

Os moradores das regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil deverão adiantar os relógios em uma hora à meia-noite do próximo domingo (16), quando terá início a 41ª edição do Horário de verão. Estima-se que, em Mato Grosso, a redução da demanda no horário de ponta chegue a 5%, com destaque para a energia economizada, que deve ser de 25.102,34 MWh. Esta promete ser a maior economia registrada em Mato Grosso nos últimos dez anos.

O horário de verão foi criado com o objetivo de reduzir a demanda de energia elétrica no “horário de ponta” (18 às 21 horas), período do dia em que o consumo é mais intenso. O ajuste nos ponteiros dos relógios atrasa, por exemplo, o acionamento da iluminação pública, que deixa de coincidir com o início do horário de ponta. Além disso, percebem-se modificações nos hábitos da população, que pode aproveitar melhor a luz natural.

De acordo com o engenheiro eletricista e gerente de Operação do Sistema da Cemat, Teomar Estevão Magri, a principal consequência do horário de verão é a diminuição do carregamento nas linhas de transmissão, subestações e sistemas de distribuição de energia, aliviando também a geração. “A diminuição da demanda de ponta permite ainda poupar a água dos reservatórios das hidrelétricas, que deverão estar bem abastecidas ao fim do horário de verão, quando se aproxima o período de seca”, explica o engenheiro.

Durante o horário de verão, o consumidor tem a oportunidade de repensar suas atitudes e hábitos relacionados ao consumo de energia elétrica. Segundo Teomar, para que o consumidor amplie suas possibilidades de economizar energia nesse período, é fundamental combinar a influência do horário de verão com outros fatores, especialmente hábitos racionais, uso de equipamentos eficientes que possuem o selo Procel e desenvolvimento de projetos inteligentes, no caso daqueles que pretendem construir ou reformar.

Números – Os municípios mato-grossenses são atendidos por energia proveniente de dois diferentes sistemas: o Sistema Interligado Nacional (SIN)  e o Sistema Isolado, abastecido por usinas térmicas a diesel. Durante a 41ª edição do horário de verão, as cidades que integram o SIN devem registrar uma economia de 0,92% - ou 25.102,34 MWh, energia equivalente ao consumo de uma cidade como Chapada dos Guimarães por um período de 13 meses.

A economia projetada para o SIN é maior que a verificada na edição anterior do horário de verão, que chegou a 24.962,77 MWh, com redução de 1,06% no consumo. A redução na demanda de ponta deverá ficar na casa de 5%, próxima à registrada no ano passado, que foi de 5,36%.

O Sistema Isolado em Mato Grosso é formado por apenas cinco usinas térmicas, localizadas nos municípios de Colniza, Comodoro e Rondolândia e nos distritos de Guariba e Paranorte. No Sistema Isolado, a economia de energia deve ser de 38,65 MWh, suficiente para abastecer Rondolândia por um período de dez dias. Com o horário de verão, 11.595 litros de óleo diesel deixarão de ser queimados nas usinas térmicas de Mato Grosso.

Os números referentes ao Sistema Isolado terão uma significativa redução se comparados aos números do ano passado. Na edição 2010/2011 do horário de verão, a economia de energia no Sistema Isolado foi de 78,55 MWh, sendo que 23.564 litros de diesel foram poupados. Essa redução ocorreu devido à desativação das usinas térmicas de Cotriguaçu e Juruena, municípios que passaram a fazer parte do SIN em dezembro de 2010. Juntos, eles representavam 63% do Sistema Isolado de Mato Grosso.

Araguaia – Em Mato Grosso, os moradores de 32 municípios da região do Araguaia não adiantarão seus relógios no próximo domingo. Essas cidades normalmente seguem o horário de Brasília e, até o dia 26 de fevereiro, quando termina o horário de verão, igualam seus relógios ao restante do estado.

De acordo com Teomar Magri, o fato dessas 32 cidades não aderirem oficialmente ao horário de verão não interfere nas estimativas de economia para o período. “Isso acontece porque esses municípios acompanham o fuso horário de Brasília, adiantado em uma hora em comparação a Mato Grosso. Dessa forma, é como se eles já estivessem no horário de verão”, explica o engenheiro.

Além disso, essas 32 cidades possuem número reduzido de habitantes e indústrias, o que faz com que o consumo de energia elétrica na região seja menos expressivo que em outras áreas do estado.

Confira a lista das cidades que não aderem oficialmente ao horário de verão em Mato Grosso: Água Boa, Alto da Boa Vista, Alto Araguaia, Alto Taquari, Araguaiana, Araguainha, Barra do Garças, Bom Jesus do  Araguaia, Campinápolis, Canabrava do Norte, Canarana, Cocalinho, Confresa , General Carneiro, Luciara, Nova Nazaré, Nova Xavantina, Novo Santo Antônio, Novo São  Joaquim, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Porto Alegre do Norte, Querência, Ribeirão  Cascalheira, Ribeirãozinho, Santa Cruz do Xingu, Santa Terezinha, São Félix do Araguaia, São José do Xingu, Serra Nova Dourada, Torixoréu, Vila Rica.