Cartilha será intrumento de controle da violência nas escolas
Um regimento padronizado sobre reações a atos violentos dentro das unidades escolares será encaminhado a todas as unidades escolares de Mato Grosso. O documento, elaborado durante o Fórum Paz na Escola (10 e 11.10) teve a participação de representantes de todas as instituições parceiras, diretores e estudantes da rede estadual de ensino.
A cartilha de regras contém as definições dos atos de violência mais comuns nas unidades escolares e o modo correto de solucionar os impasses. Entre os temas abordados estão preconceitos (de qualquer gênero), danos físicos do patrimônio público (pichações) e vícios (bebida alcoólica e drogas). O material também orienta sobre órgãos parceiros que devem ser acionados caso o problema persista. São ele, Conselho Tutelar, Ministério Público, Defensoria e outros.
Segundo o coordenador adjunto do projeto Rede Cidadã, Nivaldo José de Arruda, o projeto terá maior aplicabilidade no próximo ano, tempo necessário para todas as unidades se adequarem às regras. “Esse projeto é um resgate da disciplina que vai proporcionar a redução da evasão escolar e a melhoria do processo educacional”, afirma.
Além da cartilha, palestras e dicas de segurança serão ministradas nas escolas por profissionais da Polícia Judiciária Civil (PJC), como contribuição para o Núcleo Escola Segura (NES). Para o delegado e coordenador de polícia comunitária da PJC, José Abdias Dantas, unir instituições e profissionais de diversas áreas representa um grande avanço na solução desses problemas.
Outro envolvido nesse processo será o Centro de Referência em Assistência Social (Cras) de Cuiabá e Várzea Grande. O objetivo dessa inclusão é capacitar a comunidade escolar no trato dos conflitos. A gerente do Cras, do bairro Pedra 90, Bartira Souza acredita que o NES promoverá um fluxo de ação entre os parceiros.
Para a assessora da Secretaria Adjunta de Políticas, Programas e Projetos da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp/MT), Mara Rubia de Castro, há a necessidade da existência de uma equipe multidisciplinar presente na escola. “Algumas intervenções não competem ao professor. Não cabe a ele abraçar todos os procedimentos. Cada equipe deve solucionar de acordo com a sua capacidade”, declara.
Segurança
Para a diretora da Escola Estadual Professor Honório Rodrigues de Amorim, Rosiney Pereira Leite, a partir de agora as escolas não estarão mais sozinhas. A educadora ainda conta que esse direcionamento evita a sensação de desamparo, sentida por ela, em casos de violência dentro da unidade.
“Quando era coordenadora da escola já tive que lidar com casos de embriaguez entre estudantes. Procurei diversos órgãos, mas não tive apoio nenhum, o que me fez sentir desamparada”, afirma.
Apesar de nunca ter se envolvido em nenhum ato violento, o estudante do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual 13 de Maio, de Tangará da Serra (239 km a Médio-Norte de Cuiabá), Giovane Silvano, espera que o relacionamento entre estudantes melhore por meio das propostas apresentadas. “O fato mais marcante do Fórum foi a criação de uma lista universal de regras que vai dar um direcionamento às escolas quando passarem por situações de violência”, conclui.
O Fórum ainda contou com a presença de representantes do Núcleo de Qualidade de Vida da Universidade Federal de Mato Grosso, (UFMT) do Centro de Formação e Atualização de Professores e das Prefeituras Municipais de Cuiabá e Várzea Grande.
Colaborou Nagera Dourado
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