Brasil tenta atrair investimentos chineses em portos
No porto de Santos, a licença ambiental para o terminal Embraport, ainda em obras, levou oito anos para ficar pronta. Em Xangai, o porto de Yangshan, que movimenta dez vezes mais contêineres do que o congênere brasileiro, foi construído em apenas dois anos e meio.
A comparação desanimadora é de um dos integrantes da comitiva do porto de Santos após visita a Yangshan (28 milhões de contêineres/ano).
Ontem, o grupo participou de um seminário organizado pelo Itamaraty em Xangai para atrair investidores chineses a portos brasileiros.
O porto aqui fica numa ilha que tinha 2,5 km². Aumentaram para 15 km² com aterro e construíram uma ponte de 32 km em dois anos e meio. A licença ambiental ficou pronta em seis meses. Em Santos, foram oito anos de espera para a licença ambiental de apenas um terminal, disse o presidente do Conselho de Autoridade Portuária do Porto de Santos, Sérgio de Aquino.
O diretor-presidente do porto de Santos, José Roberto Serra, disse que uma das explicações para a diferença é que o governo chinês detém todo o poder de decisão na área de infraestrutura. No Brasil, diz, há o fracionamento das autorizações entre diversas instâncias.
Os investidores perguntam sobre o modelo brasileiro e ficam assustados com o prazo da Lei de Licitações, que é de um ano e meio.
O executivo disse que a China tem uma presença crescente em Santos: desde o ano passado, é o país que mais movimentou cargas no porto. No cais, praticamente todo o maquinário foi comprado da ZPMG. E duas empresas do gigante asiático prestam serviços de dragagem e implosão de pedras.
No seminário de ontem foram apresentados projetos em quatro Estados: Pará, Espírito Santo, Bahia e Amazonas. Realizado num hotel, o seminário reuniu cerca de cem pessoas, com uma presença maior de brasileiros do que de chineses.
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