Saulo Moraes diz que é vítima do Poder Judiciário, em na cidade de Juara, e faz protesto
Impedido de assumir cargo, estudante faz greve de fome
O acadêmico de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), em Juara (709 km a Médio-Norte de Cuiabá), Saulo Augusto de Moraes, está em greve de fome, desde a última terça-feira (11), em frente ao Fórum da cidade.
Ele protesta contra a decisão da Justiça de impedir que sua nomeação para a função de agente carcerário, embora tenha sido aprovado em primeiro lugar, no último concurso promovido pelo Governo do Estado. "Muitos colegas já foram chamados e eu não consigo trabalhar", disse o estudante.
Segundo Saulo, seus processos estão parados na Comarca de Juara há mais de três anos e, embora nenhum esteja transitado em julgado, ele não consegue assumir a vaga.
O universitário quer a presença de um representante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Corregedoria Geral de Justiça, para apurar um possível tráfico de influência e parcialidade nos órgãos da Justiça de Juara.
Ele lembrou que, em um dos processos que tramitam, é acusado de ameaça pela juiza Emanuelle Chiaradia Navarro, que foi transferida para comarca de Porto dos Gaúchos. Saulo acusa a magistrada de perseguição.
O estudante chegou a ser preso quando trabalhava, como escrivão, na Delegacia de Polícia de Juara. Ele foi acusado de oferecer vantagens e regalias a presos, mas garante que é inocente e que foi vítima de perseguição.
Acampado em uma barraca na calçada, em frente ao Fórum, Saulo disse que está determinado a continuar o protesto até as últimas conseqüências, “O protesto é pacifico e tenho direito de fazê-lo, segundo a Constituição. Se eu for preso, quando sair da cadeia, volto para cá novamente”, disse.
“Tenho família, preciso trabalhar, não tenho dinheiro nem para comprar comida e minha energia foi cortada. Então, tive que tomar essa atitude extrema e só saio daqui quando for atendido”, afirmou o estudante.
Para Saulo, alguns setores do Judiciário não funcionam como deveriam e lembrou que procurou o Ministério Público, onde protocolou "mais de trinta ofícios", mas nunca foi atendido.
"Tenho vários Boletins de Ocorrência que nunca viraram processo e os requerimentos ao MP foram negados, sem explicações. Aqui, neste Fórum, acontece de tudo, menos justiça”, afirmou.
“Meu filho não é bandido, é muito triste para uma mãe ver o filho chegar ao ponto a que chegou o meu, fazendo greve de fome. Eu fui servidora da Justiça e, durante o tempo que trabalhei, procurei cumprir com minhas obrigações e deveres até os últimos dias. Agora, vejo essa injustiça com meu filho. Isso não é certo. Queria pedir às autoridades que revisassem os processos que movem contra meu filho e dessem um posicionamento, uma resposta para eu sair dessa angústia, porque é muito doloroso para uma mãe”, disse a mãe de Saulo, a aposentada Ana de Moraes.
Com informações do Porto Notícias e Rádio Tucunaré
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