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Política
Segunda - 17 de Outubro de 2011 às 22:11

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O ministro do Esporte, Orlando Silva, negou nesta segunda-feira (17) envolvimento em irregularidades na pasta, que chefia desde 2006.

"Estou confiante para que a verdade seja reestabelecida, não é possível que um criminoso se converta numa fonte de verdade", disse ele. "Vou até as últimas consequências para defender minha honra", reiterou.

Silva é acusado de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar João Dias Ferreira.

Segundo Ferreira, o ministro teria recebido dinheiro vivo na garagem da pasta, o que Silva nega. À revista um funcionário do policial, Célio Soares Pereira, afirmou ter entregue dinheiro ao próprio ministro na garagem do ministério, em Brasília, no final de 2008.

"Não há e não haverá nenhuma prova no que foi falado por esse criminoso, simplesmente porque os fatos relatados e publicados na revista no fim de semana não correspondem à verdade", afirmou o ministro.

Silva saiu em defesa do programa ao afirmar que ele é muito importante, por associar esporte e educação. Segundo ele, o Segundo Tempo passou por aperfeiçoamentos e beneficia 800 mil crianças.

O ministro também negou que as suspeitas sobre ele possam atrapalhar a organização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, eventos que acontecerão no Brasil.

Ele ainda se colocou à disposição e afirmou que vai à Câmara nesta terça-feira, às 14h30, para prestar mais esclarecimentos.

INVESTIGAÇÕES

O Ministério da Justiça vai determinar à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar as acusações contra o ministro do Esporte. José Eduardo Cardozo afirmou que conversou com Silva por telefone e que determinará a abertura do inquérito nesta semana.

Silva pediu que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também abra uma investigação sobre as acusações de corrupção na pasta.

O policial militar que fez as acusações foi à superintendência da PF hoje para se encontrar com o delegado responsável pela investigação sobre desvios na pasta.

Segundo a Folha apurou, João Dias foi ao local espontaneamente. O policial não prestou depoimento e a conversa foi informal, com duração de menos de uma hora.

ENTENDA O CASO

Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Silva de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista "Veja".

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.

Localizado ontem pela Folha, Pereira confirmou a acusação contra o ministro. Orlando Silva afirmou que já acionou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Polícia Federal investigue o esquema relatado.

O ministro disse ainda que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao policial autor das denúncias.

Em nota divulgada ontem, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.

De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.






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