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Internacional
Terça - 18 de Outubro de 2011 às 18:25

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O Brasil atraiu US$ 32,5 bilhões (R$ 56,5 bilhões) em investimentos estrangeiros diretos (IED) no primeiro semestre de 2011, ficando apenas atrás da China entre os países do Brics -- grupo que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul-- segundo um relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), divulgado nesta terça-feira.

A China continua captando o maior volume de investimentos estrangeiros destinados aos países emergentes. Foram US$ 61 bilhões nos primeiros seis meses de 2011, quase o dobro do Brasil.

O IED da Rússia foi de US$ 23,4 bilhões nesse período e, o da Índia, US$ 17,8 bilhões. Já a África do Sul está bem atrás, com apenas US$ 2,5 bilhões.

O índice mede o os valores investidos em produção, como a construção de fábricas, em fusões e aquisições de empresas e empréstimos entre matrizes e filiais.

MINERAÇÃO E TELEFONIA

No acumulado deste ano até setembro, as fusões e aquisições realizadas por companhias estrangeiras no Brasil já somam US$ 14 bilhões.

Esse montante já é superior ao total obtido em 2010, de US$ 8,8 bilhões, disse à BBC Brasil Astrit Sulstarova, economista da Unctad. As principais aquisições foram na área de mineração e de telefononia.

O fluxo de IED para o Brasil no primeiro semestre deste ano quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 12 bilhões). Mas a comparação é relativa, já que no segundo semestre de 2010 os investimentos estrangeiros no Brasil totalizaram US$ 36 bilhões.

Como a Unctad leva em conta o semestre anterior para analisar a evolução, no caso do Brasil o IED teve queda de quase 10% entre os seis primeiros meses deste ano e o último semestre de 2010, que contabilizou um grande número de fusões e aquisições importantes.

Mas a tendência do Brasil, ressalta Nicole Moussa, especialista em América Latina da Unctad, é de alta anual constante do fluxo de IED.

"O Brasil deu um salto e está em uma trajetória ascedente. Antes, os aumentos dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil eram pontuais. Nos últimos quatro anos, temos observado que o crescimento anual é contínuo", diz Moussa.

"Isso mostra uma tendência. Há quatro anos, o IED no Brasil estava próximo ao nível do México. Nesse período, o Brasil ultrapassou o México."

AMÉRICA LATINA

Moussa diz que devido às incertezas em relação à economia global, talvez possa haver menos entusiasmo por parte dos investidores internacionais neste segundo semestre em todo o planeta.

Apesar disso, ela acredita que a América Latina poderá ser menos afetada por uma possível retração dos investimentos.

O Brasil também representou sozinho mais de um terço do fluxo de investimentos estrangeiros diretos na América Latina no primeiro semestre do ano.

O IED do continente totalizou US$ 94,2 bilhões, com de crescimento de 5,1% em relação ao segundo semestre de 2010, diz o relatório "Global Investment Trends Monitor" da Unctad.

Crise financeira

O fluxo de IED no mundo, que atingiu US$ 720,2 bilhões no primeiro semestre, cresceu apenas 2% na comparação com os seis últimos meses de 2010, segundo a Unctad.

Os emergentes, como em 2010, atraíram mais da metade do fluxo de IED neste ano. Nos países avançados, houve queda de quase 4% no primeiro semestre de 2011.

Em razão da crise financeira nos países ricos, que já começa afetar os emergentes, a Unctad alerta que os dados preliminares do terceiro trimestre indicam uma desaceleração no crescimento do fluxo de investimentos diretos estrangeiros. 






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