O prefeito da cidade boliviana de Porto Quijarro, que fica na fronteira com Mato Grosso do Sul, apresentou-se na terça-feira (18) à Polícia Federal do país vizinho. Íbar Antelo Dorado estava desaparecido havia seis dias e é investigado pelo Ministério Público sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas e enriquecimento ilícito.
O prefeito permaneceu cerca de cinco horas na sede da Força Especial de Combate ao Narcotráfico para prestar depoimento sobre as acusações. Nem o Ministério Público da Bolívia, nem a Força Especial deram informações à imprensa brasileira sobre o teor dos depoimentos.
Durante todo o tempo de permanência de Íbar Dorado na sede da Polícia Federal de Porto Quijarro, houve intensa movimentação de veículos. Do lado de fora, muitos manifestantes que apoiam o prefeito esperavam o fim do depoimento, mas Dorado não apareceu para dar declarações. Os manifestantes questionam as medidas adotadas pela polícia e pelo ministério público durante as investigações.
"Não gostamos do procedimento que a polícia está adotando por aqui. Não respeitam as normas. Invadiram a prefeitura e não gostamos disso", disse um professor de música.
Na semana passada, a polícia boliviana entrou na sede da prefeitura em busca de documentos. Em outros locais, os policiais ainda apreenderam veículos e vistoriaram imóveis de propriedade do prefeito - inclusive uma casa de câmbio que funcionava na região de fronteira e foi fechada pela polícia. Os carros foram lacrados e ainda devem passar por perícia. Os policiais farão uma varredura em busca de resquícios de entorpecentes.
As análises e os depoimentos serão decisivos para a conclusão das investigações. No Brasil, o prefeito de Porto Quijarro também é procurado: contra ele, há um mandado de prisão em aberto, expedido pela justiça de Ponta Porã, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
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