Índios recusam proposta da Funai e mantêm reféns em MT
Índios que fazem reféns funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) em Mato Grosso recusaram proposta de negociação feita pela Funai.
Eles ameaçam levar os reféns para uma área mais distante, caso a questão não se resolva.
O protesto é realizado por três etnias indígenas: caiabi, apiacá e mundurucu. Eles criticam o projeto da hidrelétrica de São Manoel, prevista para ser instalada no rio Teles Pires, na divisa entre Mato Grosso e Pará.
A principal reivindicação é que seja feita a demarcação do território indígena dos caiabis.
Desde a última segunda-feira (17), cinco funcionários da Funai e dois da EPE são feitos reféns na aldeia dos índios caiabis. O local é próximo ao município de Colíder, no norte de Mato Grosso (a 634 km de Cuiabá).
Eles estavam lá justamente para apresentar aos índios o projeto da hidrelétrica.
A Funai propôs ontem que os índios formassem uma comissão para ir a Brasília discutir a demarcação de terra e a questão da hidrelétrica.
Hoje, porém, eles recusaram essa proposta e exigem a presença do presidente da Funai, Márcio Meira, e de integrantes das procuradorias de Mato Grosso e do Pará.
Os índios disseram à coordenação regional da Funai em Colíder que, caso demore a solução do impasse, levarão os reféns à aldeia dos mundurucus, que fica no oeste do Pará, nas proximidades do rio Tapajós. A distância até o local é de cerca de 900 km.
A Funai irá discutir a questão ainda hoje em reunião com o Ministério da Justiça, quando deverá ser pensada outra proposta para retomar as negociações.
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