"Se não tem graça, piada vira grossura", diz Jô Soares
"Não acompanhei o momento [em que Rafinha Bastos fez a piada sobre Wanessa Camargo]. Eu só acho que o humor não pode ter limite. Quem estabelece esse critério é quem fala a coisa. A criação não pode ter limite", diz.
"Há uma linha tênue entre humor e grossura", continua Jô. "Se tem graça, é humor. Se não tem, vira grossura."
"Se fosse uma coisa realmente muito engraçada, não teria nenhum problema", acredita.
QUEDA NAS VENDAS
Se considerarmos que a tiragem inicial média de um livro no Brasil fica entre 2.000 e 5.000 cópias, as vendagens dos três romances de Jô Soares são estrondosas.
Mas elas têm caído a cada novo lançamento (leia quadro acima). Jô culpa a economia e a competição.
""O Homem que Matou Getúlio Vargas", por exemplo, vendeu de cara 300 mil, mas foi a época da desvalorização do real. Aí passou a vender menos", recorda.
"E tem outra coisa também: a competição de mídia é muito maior. A leitura eletrônica se transformou em competição à leitura em livro", acredita o autor.
Seja como for, nada disso tira a vontade de Jô de seguir na carreira literária; tanto que um próximo livro já está engatinhando em sua cabeça. E uma descoberta recente deve mudar um pouquinho o perfil de suas histórias.
Até agora, todos os romances de Jô foram ambientados no Rio de Janeiro de outrora. Mas, durante as pesquisas para "As Esganadas", ele descobriu o site do Acervo Folha (acervo.folha.com.br), que oferece a íntegra de todas edições do jornal paulistano desde 1921.
Ficou tão encantado com as possibilidades do novo material que já decidiu: "Meu próximo romance vai se passar em São Paulo".
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