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Internacional
Domingo - 23 de Outubro de 2011 às 15:04

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Tunisianos começaram a ir às urnas na manhã deste domingo na primeira eleição livre da Primavera Árabe, nove meses depois da queda do ex-presidente Zinedine el Abidine Ben Ali.

Os eleitores escolherão uma assembleia com 217 assentos que redigirá uma nova constituição e nomeará um governo interino.

O partido islâmico moderado Ennahda deve receber grande parte dos votos, mas ainda não está claro se será o suficiente para alcançar uma maioria.

A campanha foi marcada por preocupações a respeito de divisões entre islamistas e secularistas, financiamentos políticos e a apatia dos eleitores, mas conforme o dia da votação se aproximava, um clima de otimismo teria se espalhado pelo país, segundo correspondentes da BBC.

EXPECTATIVA

A mãe de Mohamed Bouazizi, o jovem que deu início aos protestos, após atear fogo ao próprio corpo por ter os produtos de sua venda confiscados pela polícia, disse à agência de notícias Reuters que a eleição representa a vitória da dignidade e da liberdade.

"Agora estou feliz que a morte de meu filho tenha possibilitado irmos além do medo e da injustiça", disse Manoubia Bouazizi.

"Estou otimista, desejo sucesso a meu país."

Ao contrário da vizinha Líbia, a transição de um regime autoritário para um democrático na Tunísia vem acontecendo de forma pacífica.

ISLAMISTAS X SECULARISTAS

O partido islâmico moderado Ennahda vem tentando amenizar as preocupações dos secularistas declarando seu comprometimento com a democracia e os direitos das mulheres.

Seu maior rival deve ser o secularista Partido Democrático Progressista (PDP).

Há sete milhões de pessoas em idade eleitoral na Tunísia e mais de cem partidos se registraram para participar das eleições deste domingo, assim como candidatos independentes.

Centenas de observadores internacionais vão monitorar o pleito, que gerou enorme expectativa não só no país, como em todo o mundo árabe, já que a Tunísia liderou a Primavera Árabe.

O ex-líder Ben Ali fugiu para a Arábia Saudita no dia 14 de janeiro, em meio a uma série de revoltas populares, após 23 anos no poder.

Desde então, a economia do país vem sofrendo com a queda no turismo e nos negócios.

A votação termina às 19h, horário local, e os resultados devem ser divulgados na segunda-feira.  






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