Sem orçamento para bancar cursos modulares, universidade conta com apoio das prefeituras.
Estudo sócio-econômico vai definir presença da UFMT no Alto-Tapajós.
Com mais de 300 participantes, a audiência pública na noite da última sexta-feira marcou o inicio da luta por implantação de cursos de nível superior pela Universidade Federal de Mato Grosso na cidade de Alta Floresta.
O evento realizado a pedido do deputado federal Nilson Leitão (PSDB) contou ainda com a participação da reitora Maria Lucia Cavalli Neder, do pró-reitor do Campus Avançado de Sinop, Marco Antonio Araújo Pinto; Paulino Simão de Barros, prefeito do Campus Universitário de Cuiabá e ainda o deputado estadual Romualdo Junior, prefeitos e vereadores da região, pais, alunos e empresários locais.
“Para alguns pode parecer um sonho distante ou difícil de ser realizado, mas é preciso dar o primeiro passo para que se torne realidade. Esta audiência pública é o primeiro passo de que estou falando” disse o pró-reitor Marco Antonio Pinto, lembrando que a estrutura existente em Sinop também nasceu em audiência pública realizada em 2001.
Coube à reitora Maria Lucia Cavalli Neder expor as regras adotadas pelo governo federal quanto à interiorização da universidade. Segundo ela o momento da discussão em Alta Floresta é propicio uma vez que é intenção do governo levar a universidade pública a todos os rincões do país.
“Sou a maior entusiasta da interiorização da UFMT. Estou na universidade desde o começo dos anos 80 e fui autora do primeiro projeto que proporcionou a criação de cursos fora do campus central, os cursos modulares. Assim começou a UFMT em Sinop. Embora hoje a universidade não tenha orçamento para trabalhar cursos modulares, nada impede que se crie uma espécie de consórcio na região onde as prefeituras banquem tais cursos” disse Maria Lucia.
A reitora destacou ainda que a melhor forma de chegar a um denominador comum quanto aos cursos a serem oferecidos e a forma como eles serão ministrados na região é através de um estudo socioeconômico, onde as peculiaridades de toda região do entorno de Alta Floresta serão levados em consideração.
Um levantamento prévio feito com alunos da rede publica mostrou a preferência dos estudantes pelos cursos de engenharia civil, medicina, medicina veterinária, enfermagem entre outros. O impedimento, no entanto, é que tais cursos necessitam de laboratório o que só é possível em campus avançados como o de Sinop, por exemplo.
O deputado federal Nilson Leitão pediu aos representantes políticos da região, que se unam em torno do projeto de ampliação do número de vagas em universidades públicas – Há três cursos da Unemat em Alta Floresta.
“Vocês não podem deixar passar a oportunidade que recebem agora; o compromisso firmado pela professora Maria Lucia de lutar pela presença da UFMT nesta região. Pode ser que o levantamento socioeconômico aponte que a instalação deva acontecer em outra cidade, mas isso não deve ser motivo para desânimo. Todos irão ganhar. A cidade se transforma, a economia cresce, novos empregos são gerados e o que é melhor, há um salto na qualidade de vida” concluiu o parlamentar.
O estudo proposto pela reitora não tem data para começar, mas os prefeitos presentes ao encontro foram orientados à faze-lo, o mais breve possível. Tal estudo deve conter dados como: população, nível de escolaridade, quantidade de estudantes, renda per capta e cursos desejados pelos estudantes de cada cidade.
A forma de atuação da universidade será baseada na totalidade dos números da micro-região e os primeiros cursos podem começar já em 2013, dependendo apenas da agilidade dos gestores municipais.
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