Próximo julgamento será de policiais militares acusados de facilitar a matança
Júri absolve 4 acusados de queimar assaltantes vivos
A quarta sessão de julgamento do Tribunal do Júri do caso conhecido como “Chacina de Matupá”, que começou na manhã de segunda-feira (24), só terminou a 0h30 da madrugada desta terça-feira (25), depois de 16 horas.
O presidente do Conselho de Sentença, juiz Tiago Souza Nogueira de Abreu, leu o veredicto dos réus, que absolveu, por maioria, os quatro acusados julgados: Antonio Pereira Sobrinho, Enio Carlos Lacerda, Roberto Konrath, o “Robertão”, e José Antônio Correia, o “Antônio Goiano”.
Os réus foram acusados de participar da ação que culminou na morte de Ivacir Garcia dos Santos, 31, Arci Garcia dos Santos, 28, e Osvaldo José Bachinan, 32.
O caso ocorreu em 23 de novembro de 1990, em Matupá (695 km ao Norte de Cuiabá).
Após o depoimento dos quatro réus, que se declararam inocentes, a promotora de Justiça Daniele Crema da Rocha chegou a pedir a absolvição de Antonio Pereira Sobrinho e Ênio Carlos Lacerda por falta de provas, mas pleiteou a condenação de Roberto Konrath e José Antônio Correia, por entender que eles colaboraram para a morte das vítimas. A promotora assinalou que vai recorrer da decisão.
Para a defesa dos réus, a sentença já era esperada. “Não havia provas nesse processo. Há 21 anos que o crime ocorreu e nenhuma pericia foi realizada”, disse o advogado de defesa dos réus “Antônio Goiano”e “Robertão”, Jayme Rodrigues Carvalho Júnior.
Até agora, o Tribunal do Júri de Matupá julgou 17 acusados. O processo do réu Arlindo Capitani foi desmembrado, sob alegação de que ele não foi intimado para o júri popular, previsto para 4 de outubro. Ainda não há previsão para o julgamento dele.
Para o juiz Tiago Souza Nogueira de Abreu, com a finalização dessa primeira etapa de julgamento, o Judiciário Estadual cumpre o seu dever. “O Estado se mostrou presente e o Judiciário cumpriu o seu papel”, afirmou.
Ele revelou que ainda não há data para o julgamento dos policiais militares envolvidos no caso, mas acredita que será em 2012 e que deverá ser mais rápido, em virtude do número de réus - sete.
Com informações do TJMT
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