A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) confirmou na manhã desta terça-feira que os médicos que realizam atendimento pelo SUS devem paralisar as atividades em cerca de 20 estados em protesto contra a baixa remuneração e as más condições de trabalho da rede pública de saúde. Serão suspensos os atendimentos eletivos (consultas, exames e outros procedimentos). A rede de emergência e urgência está mantida.
Segundo a Fenam, os estados que devem aderir totalmente são: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe.
Entretanto, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e o sindicato dos médicos do estado afirmam, ao contrário da Fenam, que o Mato Grosso não vai aderir. No estado, segundo os órgãos, estão previstas reuniões e uma audiência pública sobre a saúde.
Em outros dois estados a paralisação será pontual: em Santa Catarina, deve ocorrer durante a tarde e durar cerca de uma hora; em São Paulo, deverá ocorrer apenas em algumas unidades. Nos outros estados e no Distrito Federal foram programadas manifestações públicas em protesto contra a precariedade da rede pública.
Veja o que está previsto para cada estado:
Acre – Entidades médicas confirmam suspensão dos atendimentos. Estão previstos a realização de atos públicos.
Alagoas – No estado, os 1.638 médicos que atendem pelo SUS suspenderão atividades. O Sindicato dos Médicos comunicou o fato à Procuradoria da República. As consultas e exames não realizados serão reagendados, sendo que nos estabelecimentos de saúde foram fixados avisos para a população com antecedência com informes sobre o motivo do protesto.
Amapá – Médicos prometem suspender os atendimentos eletivos, assegurando o funcionamento das urgências e emergências. Entidades farão assembléia na sede do Conselho Regional de Medicina quando será apresentado um manifesto com os principais problemas enfrentados pelos profissionais.
Amazonas – Em Assembleia Geral Extraordinária, os médicos amazonenses decidiram fazer uma carreata contra as más condições de trabalho e a baixa remuneração dos profissionais. Uma coletiva de imprensa acontecerá às 9h00, no Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) e, em seguida, os médicos vão seguir em carreata pelos principais pontos da cidade. Médicos vão paralisar os atendimentos de rotina, e, dependendo das decisões tomadas neste dia, entrar em greve.
Bahia – Entidades médicas confirmam a paralisação do atendimento dos procedimentos eletivos. Em Salvador, estão previstas concentrações de médicos, às 8h, em frente ao Creasi (antigo Iapseb) e, às 10h, em frente ao Shopping Iguatemi.
Ceará – Todos os médicos do serviço público foram convidados a paralisarem suas atividades. Haverá sessão na Assembleia Legislativa em comemoração pelos 70 anos do sindicato dos médicos cearenses em que profissionais serão homenageados.
Distrito Federal – Médicos de Brasília não vão paralisar. O sindicato local lançará um hotsite com os relatórios das visitas do sindicato às unidades de saúde do DF (projeto SindMédico na Cidade). Nos documentos, são denunciadas as condições de trabalho inadequadas e o sucateamento do sistema de saúde pública no DF.
Espírito Santo – Haverá paralisação por 24 horas do atendimento ambulatorial em todas as unidades públicas de saúde na capital, Vitória, e nos municípios do interior. Nas concentrações os médicos usarão a cor preto com o slogan "Eu Luto pela Saúde. E você?", buscando reflexão sobre o tema.
Goiás - Haverá suspensão do atendimento. Representantes das entidades médicas locais deverão visitar alguns estabelecimentos de saúde para denunciar os problemas.
Maranhão – Médicos suspenderão os atendimentos eletivos e haverá um grande Fórum de Saúde Pública, com a presença de médicos, secretários de saúde e outros gestores da rede pública, além de políticos e autoridades.
Mato Grosso – A Fenam diz que haverá suspensão de atendimentos eletivos em todas as unidades do SUS, entretanto, o sindicato estadual nega e diz que estão previstas apenas reuniões e uma audiência pública.
Mato Grosso do Sul – Confirmadas manifestações em alguns pontos de atendimento em Campo Grande. Não haverá suspensão das atividades no estado.
Minas Gerais – Os médicos confirmarão adesão ao movimento. Não haverá atendimento de consultas e outros procedimentos eletivos na rede pública. Na Praça da Assembleia Legislativa, está previsto um ato público, às 9h30. A tarde, às 15h, no mesmo local, haverá uma audiência aberta à sociedade.
Pará – Confirmada suspensão das atividades. Apenas cirurgias que já estavam marcadas serão realizadas. Haverá um ato público a partir das 8h em frente à Santa Casa, em Belém. Depois, esta programada passeata até a sede do Conselho Regional de Medicina.
Paraíba – Está previsto um ato público em frente ao Busto de Tamandaré, às 10h, com a participação de médicos. O atendimento eletivo aos pacientes do SUS também será suspenso.
Paraná – Haverá um ato público das 9h às 18h, na Boca Maldita (ponto tradicional do centro de Curitiba), médicos distribuirão folhetos informativos para chamar a atenção da sociedade para as dificuldades encontradas na rede local. O estado não aderiu à paralisação.
Pernambuco – Haverá paralisação. Será realizada a campanha "Médicos dão sangue pelo SUS", mobilização no Parque da Jaqueira (Zona Norte do Recife), onde os médicos serão convidados a doarem sangue. Um posto do Hemope estará montado no local das 8h às 17h.
Piauí – Os médicos paralisarão por 72 horas.
Rio de Janeiro – Além da paralisação, haverá um protesto em frente à Assembleia Legislativa do Estado.
Rio Grande do Norte – Haverá a suspensão dos atendimentos eletivos. Haverá manifestação pública na Praça 7 de Setembro, em frente à Assembleia Legislativa, além de visita a unidades de saúde. As atividades serão encerradas com assembleia de avaliação do movimento, na sede da Associação Médica.
Rio Grande do Sul – Em Porto Alegre, os médicos decidiram fazer uma paralisação para marcar o Dia Nacional em Defesa do SUS. Está programado ato público na Câmara de Vereadores da Capital, a partir das 16h, com a participação de representantes dos hospitais conveniados.
Rondônia – Os médicos aderiram ao movimento e farão um protesto nas principais unidades da rede estadual.
Roraima – Entidades divulgarão reivindicações da categoria para a sociedade. Não haverá suspensão das atividades.
Santa Catarina - Em defesa do SUS, os médicos catarinenses optaram por suspender as atividades. Entre 13h e 14h, não realizarão atendimento eletivos e os médicos se concentrarão em frente ao Hospital Celso Ramos.
São Paulo – A situação dos médicos do SUS será denunciada na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de São Paulo durante audiências públicas com os parlamentes. Haverá paralisações localizadas nos Hospitais Emílio Ribas, do Servidor Estadual e do HC de Ribeirão Preto. Outros protestos devem ocorrer em diferentes municípios. A Associação Paulista de Medicina (APM) fará um pronunciamento sobre a situação do atendimento ao SUS.
Sergipe – Os atendimentos estão suspensos. Haverá um ato público, às 8h, no calçadão da Rua João Pessoa, em frente ao prédio da Caixa Econômica Federal (Agência Serigy), no centro de Aracaju.
Tocantins – Haverá manifestações, mas não está prevista a suspensão dos atendimentos eletivos.
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