Ao avaliar o desempenho dos diferentes profissionais, o ministério identificou que em todas as áreas ligadas à atividade houve ganhos. Um gerente de propriedade, por exemplo, que em 2006 ganhava R$ 1,6 mil/mês viu os ganhos subirem para R$ 2 mil ao final de 2010, variação de 42,10%. Da mesma forma, engenheiros agrônomos, veterinários e afins, além de técnicos agrícolas, florestais e pecuários, tiveram os subsídios 25,20% e 19,40% maiores, respectivamente.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, Rui Prado, a melhora na renda é reflexo da capacitação dos trabalhadores em razão do avanço tecnológico da agricultura. "Hoje é maior o uso da tecnologia e as pessoas precisam estar melhores qualificadas. Houve uma melhora na remuneração", declarou.
Segundo Prado, a melhora na renda tem atraído mais interessados para a zona rural. "Tínhamos uma ideia que a vida nas fazendas era ruim e mostrou-se diferente", acrescentou o presidente da Federação da Agricultura. Por outro lado, Rui Prado é enfático ao afirmar que a falta de mão de obra qualificada para o setor agropecuário ainda representa um dos principais gargalos para o segmento. Contudo, a Famato não estima o déficit de profissionais que integram a estatística.
Soja pecuária puxaram alta em número de vagas.
(Foto: Reprodução/TV Morena)
"Já estamos com um nível de tecnologia próximo ao ideal e todos precisam de mão de obra qualificada", declarou o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio.
Para o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso (Senar), Tiago Mattosinho, entidade responsável pela qualificação dos profissionais da área rural, o campo tem oferecido melhores condições de trabalho aos profissionais do ramo. Somente em 2010, mais de 27 mil profissionais foram formados pelo Senar, além de 1.851 treinamentos realizados com os trabalhadores. A meta até 2012 é ampliar em 44% o atendimento no estado e oferecer qualificação.
Alta de emprego
O Ministério do Trabalho aponta que entre 2006 e 2010 o total de empregos gerados pelo agronegócio mato-grossense avançou 37,6%, passando de 64,1 mil a outros 88,3 mil. Atualmente, o setor responde como o principal gerador de empregos diretos no estado, com participação de 23% diante dos outros setores da economia.
"Há uma demanda por trabalhadores rurais nas diferentes áreas de atuação. Hoje, também, os trabalhadores estão podendo exigir mais. O campo está remunerando melhor e produzindo melhores oportunidades", falou Mattosinho ao G1. Para o presidente da Famato, o crescimento nas oportunidades oferecidas pelo agronegócio deve-se ao fortalecimento da segunda safra no estado.
"Este crescimento pode ser atribuído a consolidação da segunda safra. Os produtores estão plantando variedades de ciclo mais curto e fazendo duas safras a cada ano. Para isso, ele precisa aumentar o número de funcionários", frisou Rui Prado.
Mais vivendo no campo
Atualmente, mais de meio milhão de pessoas vivem no campo. Em uma década a população do campo aumentou 7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBDGE). Ao término do ano passado eram 552.321 mil moradores, ante as 516.670 mil registrados em 2000.
A presença masculina é superior à feminina. Isto é, eles são 305.759 mil, enquanto elas são 246.562 mil. Além de Mato Grosso, o Mato Grosso do Sul registrou expansão no número de moradores nas áreas rurais. Em 2000 eram 330,3 mil e, dez anos depois, avançou a 351,7 mil.
Já em Goiás e no Distrito Federal houve recuo. No primeiro stado a população rural passou de 605,7 mil em 2000 para 583 mil em 2010. Já no Distrito Federal, baixou de 88,7 mil para 87,9 mil, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística.
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