Presidente da Aprosoja quer que União garanta eclusas para hidrovia
Produtores de MT se articulam para garantir eclusas
As lideranças rurais de Mato Grosso se mobilizam para cobrar, do governo federal, que este tome frente nas discussões para implantação da hidrovia Teles Pires-Tapajós e, inclusive, arque com os custos para construção das eclusas - sistemas elevatórios de embarcações nas barragens - que necessitam serem feitas nas hidrelétricas.
Somente no território mato-grossense, pelo menos cinco usinas hidrelétricas estão previstas sem o sistema elevatório. O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, informou, em entrevista ao Olhar Direto, que a entidade vai articular junto ao governo para que as despesas com eclusas sejam pagas pela União.
"Hoje, a construção de eclusas tem que ficar por conta das concessionárias de energia e isso precisa ser invertido, já que as construtoras não estão fazendo a elevação. Então o que vamos trabalhar agora é que essa obrigatoriedade da construção das eclusas seja do governo federal, que é muito mais interessante para os agricultores, já que a hidrovia é de interesse nacional", informou.
Glauber aponta que a mudanças estariam já na elaboração dos projetos das barragens, que seriam feitos pelas concessionárias com a existência das eclusas, mas os custos para erguer os sistemas de elevação correriam por conta do governo. Pelo menos duas hidrelétricas já estão em construção no rio Teles Pires - uma em Colíder e outra e Paranaíta - e nenhuma delas com eclusas.
O ideal, segundo Silveira, seria construir as eclusas junto com as hidrelétricas, pois o custo seria bem menor. Instalar o mecanismo depois de uma barragem pronta pode custar até R$ 1 bilhão, como foi o caso da eclusa na Usina Hidrelétrica Tucuruí, no Pará. Por diversos fatores - um deles a falta de recursos -, aquela obra demorou 20 anos para ficar pronta.
Transportar os grãos pelas balsas até o embarque nos navios atracados em Santarém (PA) ou na Ilha de Santana (AP) é o "sonho" do agronegócio mato-grossense, já que desoneraria os custos com frete. Hoje, são gastos US$ 120 por tonelada para levar a produção até os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Com a hidrovia rumo ao Norte do país, a despesa baixaria para cerca de US$ 30.
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