De acordo com Antônio Ibanez, comandante do Gefron, todas as pessoas que tentam atravessar a fronteira precisam passar pelo posto de fiscalização. “Todas as pessoas que vêm da Bolívia têm que obrigatoriamente passar por esse posto. Embora aqueles que estão mal intencionados sempre tentam desviar o trajeto e cortam um grande caminho”, explicou.
Durante as abordagens realizadas em um dos postos de fiscalização, que fica a 40 quilômetros da fronteira, quase que diariamente são feitas abordagens que resultam em apreensões de droga. A maioria escondida nos assoalhos de veículos, mas objetos inusitados também são utilizados pelos traficantes para esconder os entorpecentes.
Em uma abordagem de rotina, um grupo de bolivianos tentou passar pelo local com peças de artesanato na bagagem. Os policiais suspeitaram de uma cuia de madeira – utilizada para tomar chimarrão. Ao perfurar a cuia com ajuda de uma furadeira, eles encontraram cocaína no interior do objeto. Ainda nos pertences do mesmo grupo, os policiais encontraram droga no suporte de uma bandeira e os bolivianos foram presos em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.
Essas prisões refletem diretamente na cadeia da cidade de Cáceres, a 210 quilômetros de Cuiabá. Dos 327 presos na unidade, mais da metade são os traficantes brasileiros e estrangeiros que ocupam as celas. Segundo o juiz criminal Geraldo Fidélis, o problema não é apenas com a polícia, mas também de ordem social. “É uma questão social. Nós, como vizinhos, somos vistos como um país rico. Nós temos hoje países que estão em crise, em situação de miséria, então muitas dessas pessoas são utilizadas como mulas. Elas eventualmente caem nas fronteiras com a fiscalização e vão sobrecarregar os nossos presídios”, pontuou.
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