Bezerra repercute nova linha de crédito do FCO
O desenvolvimento da região Centro-Oeste ganhará um novo impulso com a inovação tecnológica que será implantada nas empresas com subsídio do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). A expectativa é do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), ao repercutir na Câmara a iniciativa do governo federal.
“Com a nova linha de crédito, o FCO traz novas perspectivas aos empresários porque estimula a busca, o desenvolvimento e a produção de soluções locais para os desafios tecnológicos existentes”, disse Bezerra.
Com a medida recentemente aprovada pelo Conselho Deliberativo, a região Centro-Oeste terá a possibilidade de implantar parques tecnológicos, de modernizar suas indústrias, de agregar valor a seu excedente de produção, enfim, de tornar-se mais competitiva, seja com relação a outras regiões, seja no âmbito do mercado externo.
Criado pela Constituição de 1988, o FCO vem recebendo incremento substancial nos últimos anos, conforme o deputado. O orçamento saltou de R$ 3,1 bilhões, em 2009, para R$ 4,8 bilhões em 2011, “e a possibilidade de expansão ainda é enorme, haja vista que os recursos em caixa giram em torno de R$ 15 bilhões”.
Dados divulgados em 2004 indicam o Centro-Oeste como responsável por cerca de 10% da soja e do algodão produzidos no mundo. Estatísticas mais recentes mostram que a produção local supera a de países como a Argentina e os demais integrantes da América do Sul, em termos de produção de soja, algodão e carne bovina.
A produção de grãos é bem superior à da União Europeia, e o rebanho bovino da região muito maior que o de países desenvolvidos como França, Alemanha, Rússia, Reino Unido, Itália, Espanha, Canadá e Austrália, por exemplo.
Entretanto, afirmou Bezerra, faltava, por parte do Estado, a disposição de investir em ciência, tecnologia e inovação, de modo a melhor gerir e proteger o potencial competitivo de sua região central contra a concorrência estrangeira e, por conseguinte, de proporcionar sua inclusão no desenvolvimento industrial do País.
Administrados pela Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e pelo Banco do Brasil (BB), os recursos do FCO estão agora disponíveis a qualquer empresa que apresentar um projeto de inovação, independentemente do setor. Para o microempresário que tomar empréstimos de até R$ 240 mil, os juros serão de 5,7% ao ano. Já os empréstimos que superarem R$ 35 milhões terão juros de 8,5% ao ano.
O prazo para pagamento varia de 15 a 20 anos, e o período de carência é de cinco anos, para crédito destinado a investimento, e de três anos, para capital de giro.
Os recursos do financiamento podem destinar-se tanto a investimentos quanto a capital de giro ou compra de insumos para ciência, tecnologia e inovação.
Estima-se que, em um primeiro momento, a demanda fique entre 150 e 200 milhões de reais, mas a tendência é que esses valores aumentem rapidamente, diante da crescente mobilização dos agentes de crédito e do Governo Federal, no sentido de consolidar uma cultura de inovação nas empresas brasileiras.
Para o deputado, entre os muitos desafios da região, está a necessidade de baratear o custo de transporte da produção local até os portos de embarque; de oferecer suporte em pesquisas de processos tecnológicos de produção; e de permitir a industrialização da pujante produção de bens primários.
Comentários