Fazendeiro Clayton Arantes entrega dossiê contra magistrado e encerra greve de fome no TJ
Ministra dá 30 dias para TJ apurar denúncia contra juiz
A ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, pediu celeridade à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso na apuração das denúncias contra o juiz Paulo Martini, de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá).
Em reunião, na tarde desta quinta-feira (27), com o fazendeiro Clayton Arantes, autor das denúncias, a ministra do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu que a apuração de todos os fatos deve ser concluída num prazo de 30 dias.
Ao MidiaNews, Arantes revelou que a reunião com Eliana Calmon foi rápida, com duração de cerca de 10 minutos, mas que foi muito produtiva. Segundo ele, a ministra se mostrou solidária ao seu questionamento e reafirmou a intenção da Corregedoria de esclarecer todas as denúncias.
"Primeiramente, ela me pediu pra relatar toda a historia. A ministra me disse que já havia recebido um dossiê da Corregedoria local, sobre as denúncias contra o juiz Paulo Martini, e se mostrou preocupada com a situação. Ela reafirmou que irá tomar as providências e me disse que a investigação será conduzida pela corregedoria de Mato Grosso. Ela garantiu que irá monitorar o trabalho de Brasília e, caso em 30 dias não tenha uma conclusão, vai avocar o processo e a investigação será conduzida pela corregedoria nacional, sob a sua responsabilidade", relatou o produtor.
Arantes disse que irá até a Brasília na próxima sexta-feira (28) para protocolar a denúncia formalmente, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Durante a reunião, a ministra assinou um ofício, no qual o fazendeiro faz um relato sobre a denúncia e pede a investigação do CNJ.
O produtor acredita que o esforço da greve de fome valeu a pena. "Estou seguro de que todo o esforço terá resultado. Estou confiante na atuação da Corregedoria e essa luta vai ter um resultado positivo. A ministra é de poucas palavras, mas extremamente decidida", disse Arantes.
O fazendeiro acusa o juiz de lhe prejudicar, em uma ação pela posse de uma fazenda no Município de Sinop. Ele alega que comprou o imóvel em 1998, por R$ 450 mil, mas o antigo proprietário, Adão Batista, estaria usando manobras, com a suposta participação da Justiça, para lhe tomar a área.
Segundo ele, o juiz Martini não estaria reconhecendo documentos originais que comprovariam a legalidade da transação comercial. "Ele se sentou sobre o processo, que já dura seis anos, e, de forma suspeita, não decide nada", disse Arantes, no começo da greve de fome, na semana passada.
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