Xavier e Marcrean travam "embate" pela cadeira de Néviton na Câmara

O presidente do PRTB de Cuiabá, Marcrean dos Santos, se articula para assumir a cadeira de Néviton Fagundes, que deve se licenciar para atender ao esquema de rodízio acordado na campanha. A "manobra" deve gerar o descontentamento do primeiro suplente, o dentista Edemir Claúdio Xavier, expulso do PRTB. “Sou o dono verdadeiro da vaga. O que vale é o diploma”, alega.

Marcrean, por sua vez, contrapõe com a alegação de que o ex-colega de partido não tem direito à vaga por já estar filiado ao PCdoB, sendo secretário-geral da legenda. “Não vejo nenhuma possibilidade do Xavier legislar. Vou assumir”, garante.

A relação já conturbada entre os dois deve “azedar” ainda mais nos próximos dias. Xavier planeja acionar o TRE para cobrar a cassação de Néviton Fagundes com base na resolução do STF de que a cadeira pertence à coligação e não ao partido.

Tanto Xavier e Néviton migraram para o PTB, do prefeito cuiabano Chico Galindo, após serem expulsos do PRTB por infidelidade partidária. “Os próprios membros da executiva do PRTB estão comentando. Vou entrar com uma ação contra Néviton, só estou aguardando a avaliação dos meus advogados”, reforça Xavier.

Marcrean, por sua vez, nega que os diretórios municipal e estadual tenham tomado qualquer medida neste sentido. Ele alega que não haverá retaliação contra Néviton e/ou Totó. “Isso não procede. Não tomamos essa iniciativa”, assegura. Nos bastidores, entretanto, há rumores de que ele estaria pressionando e até ameaçando ingressar com uma ação no TRE para obrigar o titular a se licenciar.

     Impasse

A confusão entre os eleitos pelo PRTB é antiga e começou com a cassação do mandato de Ralf Leite, que tenta retornar à Câmara. No lugar dele atua Totó. Paralelo a essa questão, Marcrean e Xavier tem se digladiado pela cadeira de Néviton a cada oportunidade que surge.

O primeiro embate foi quando o parlamentar assumiu o comando da secretaria de Esportes e Cidadania, foi a primeira vez que Macrean ocupou o lugar do titular. Na época, ele chegou a atuar por alguns dias, mas foi obrigado a deixar a Câmara, pois Xavier, primeiro suplente, conseguiu o direito à vaga Justiça Estadual, sob a justificativa de que foi expulso da legenda por perseguição partidária.