Pesquisadores lançam capim elefante mais produtivo para alimentação bovina
O pesquisador da Empaer, Francisco Idelfonso Campos e o zootecnista, Antônio Rômulo Fava, acompanharam a evolução da gramínea e experimentos no campo experimental da Empaer, no município de Tangará da Serra (239 km a Médio Norte de Cuiabá). O Trabalho de pesquisa com o capim elefante no Estado começou no ano de 1998, com o teste de 58 clones e apenas 14 aceitos. Os clones são oriundos do Centro Nacional de Pesquisa Gado de Leite do Estado de Minas Gerais.
A pesquisa teve como objetivo selecionar pelo menos um clone mais produtivo e adaptado para repassar aos pecuaristas. O pesquisador Francisco explica que no período das chuvas, o capim elefante produz de 70 a 80% de matéria verde e 20 a 30% no período da seca. O capim produz até 100 toneladas de matéria seca ou 700 toneladas de matéria viva por hectare, considerado um índice extraordinário. A maior produção do experimento no cerrado atingiu 63 toneladas de matéria seca e 500 toneladas de matéria viva por hectare.
Conforme o zootecnista, Antônio, o capim elefante pode ser usado de várias maneiras, seja em pastejo direto, rotacionado ou na capineira em que a forrageira é cortada e colocada no cocho para o consumo do animal. Ele explica que mais de 50% das capineiras no Brasil utilizam como volumoso a cana-de-açúcar. O capim elefante é pouco utilizado porque oferece maior número de manejo. Enquanto a cana-de-açúcar é cortada apenas uma vez por ano, o capim elefante sofre cinco cortes.
Quando o manejo é feito corretamente, o corte do capim no período das chuvas é realizado de 30 a 60 dias, e no período da seca, entre 60 a 90 dias. O teor protéico do capim elefante chega a 16%, enquanto a cana-de-açúcar atinge o máximo de 4%. “O teor protéico é fundamental para a alimentação animal tanto para produção de carne e leite. A Cana-de-açúcar é rica em energia e pobre em proteína”, esclarece Fava.
O pecuarista tem que ficar atento com o período de corte da gramínea, caso passe do ponto, tornará um capim fibroso, com baixo teor protéico e dificultar a digestão do rebanho. Segundo Fava, o capim elefante pode chegar até 300 toneladas de massa verde por hectare/ano, enquanto a cana-de-açúcar produz até 120 toneladas de massa verde hectare/ano. “O capim elefante é a gramínea mais produtiva que conheço”, destaca Antônio.
A pesquisa faz parte do Programa Renasce (Rede Nacional de Avaliação de Capim Elefante), coordenado pela Embrapa com a participação de 16 Estados do Brasil. Conforme Campos, o nome da cultivar Canará, que significa planta alta e semelhante à cana-de-açúcar, na língua Tupi Guarani, foi escolhido pelos pesquisadores da Empaer e aceito pelos coordenadores do Programa.
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