Silval quer barrar empresas sem qualificação para obras

Diante dos problemas com obras paralisadas no estado, o governador Silval Barbosa (PMDB) aproveitou a posse do secretário Estadual de Educação, Ságuas Moraes (PT), para dar um recado aos gestores presentes e avisou que não aceitará empresas sem qualificação para executar as construções.

O “puxão de orelha” deve-se às reclamações de alguns prefeitos com relação às escolas no interior do estado. Para Silval, é necessário barrar essas empresas que colocam preço aquém da realidade.

“Não é só na Seduc. Vamos tentar tirar do meio essas empresas na hora da licitação colocam preço aquém da realidade. Dai mal começa a obra e já pede aditivo, porque não capital para iniciar nem a primeira medição. Nós queremos restringir a participação dessas empresas”, alertou o governador.

O recém-empossado Ságuas Moraes informou que não é possível escolher a empreiteira, mas destacou que durante sua gestão na Educação, seis construtoras foram barradas. Ele ressaltou ainda que algumas empresas que não davam problemas, também passam a assumir muitas obras, depois não dão conta de atender a demanda e falta recurso.

Segundo Ságuas, para a construção de uma escola Modelo Atrativo é preciso R$ 2 milhões e a empresa precisa de pelo menos 20% em capital de giro, só que quando vai iniciar a obra diz não ter o dinheiro.

Rosaneide Sandes, que deixou o cargo para ser adjunta, explicou que outro problema está no Poder Judiciário, já que quando o Estado barra alguma empreiteira, ela recorre à justiça e ganha. “Tentamos recorrer, mas sempre é difícil”, explicou.

Silval não quis comentar sobre a contratação da Global Tech, realizada pela extinta Agência Executora de Projetos da Copa do Mundo (Agecopa), já que um dos questionamentos é a falta de qualificação para produção dos equipamentos de monitoramento da fronteira. Durante a coletiva após a solenidade de posse, o chefe do Executivo Estadual informou que não se manifestaria sobre nenhum outro assunto que não fosse relacionado à Educação.