Compra de equipamentos russos não foi autorizada pelo Exército
O contrato entre o governo de Mato Grosso e da Rússia para aquisição dos dez veículos Land Rover Defender com radares para segurança de fronteira, ao custo de R$ 14 milhões, foi realizado sem prévia autorização do Exército. Centro de Comunicação Social do Exército destaca que "não autorizou a Global Tech a adquirir e/ou produzir equipamentos móveis destinados à detecção e vigilância de alvos".
Também informou que o pedido de atestado, intermediado pela extinta Agência Executora da Copa de 2014 (Agecopa), está em "início de estudo". A confirmação da falta do documento reforça os questionamentos do Ministério Público Estadual (MPE) sobre possíveis irregularidades na negociação e deixa o Executivo em situação, no mínimo, ainda mais desconfortável.
Promotor de Justiça Clóvis de Almeida Júnior disse que "se a informação for correta (se referindo à posição do Exército), a empresa não pode vender material bélico no Brasil" e acrescentou: "o contrato sequer poderia ter sido assinado". A Global Tech foi escolhida para repasse dos produtos.
A Secretaria Extraordinária da Copa de 2014 (Secopa), pasta que substitui a Agecopa, ainda sob comando de Eder Moraes, alega realização das transações comerciais com "atestado prévio do Exército". O suposto documento nem mesmo é citado no texto do Exército, que reconhece pedido de autorização feito pela Global Tech para produzir móveis destinados à detecção e vigilância de alvos, com emprego de imaginadores térmicos, em 10 de janeiro deste ano.
O problema é que outras indagações até agora não foram respondidas. "Diante do quadro, a Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército (DFPC), em 3 de março de 2011, solicitou mais informações sobre o produto, a fim de subsidiar futura orientação à empresa. Até a presente data (ontem) a empresa não enviou as informações solicitadas", conforme resposta encaminhada pelo setor de comunicação para A Gazeta, que divulgou o caso com exclusividade.
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