Jovens abusam da bebida e do som alto; Polícia Militar registra furtos e mortes na região
Avenida em Cuiabá vira ponto de contravenção e drogas
As noites da tradicional e badalada Avenida Getulio Vargas - segundo os colunistas, "point" de descolados -, em Cuiabá, já não são as mesmas. Nos fins de semanas, a movimentada avenida tem sido tomada por jovens que abusam do som alto e de muito álcool e drogas.
De quinta-feira a domingo, a "festança" começa por volta da 1 hora da madrugada e nunca tem hora para terminar. E tudo acontece nas calçadas e no próprio leito da avenida, expondo as pessoas ao risco e transformando o trânsito num caos.
Embalados pela batida do funk, homens e mulheres - na maioria, jovens -protagonizam cenas fortes de exibicionismo, chegando até a simular sexo, enquanto dançam.
A bagunça no local não é novidade, mas tomou dimensões maiores após a divulgação de um vídeo no site YouTube e que ganhou os sites, com repercussão nacional, com a "performance" pra lá de avançada dos "bailarinos", que chegam a subir nos carros para se exibirem. E a "desfilar" em plena avenida.
Para a Polícia Militar, o local não pode ser considerado um ponto de encontro, e sim um ponto de contravenção. A avaliação é feita pelo major Zacarias Vitalino, comandante do 10º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da região.
Desordem
Em entrevista ao MidiaNews, o major foi categórico ao reconhecer que o local necessita, urgentemente, de uma intervenção por parte do poder público, para conter a desordem que se instalou na Avenida Getúlio Vargas.
"As manifestações que observamos naquela região já passaram de uma simples festa, é libertinagem. Não é um simples ponto de encontro, é um verdadeiro ponto de contravenção. Temos registros de furtos de carros e dentro dos carros. Levam som, celulares, até os estepes", disse o militar.
Ao site, comerciantes e populares que circulam pelo local denunciaram que os jovens que participam da bagunçam também se exibem, consumindo drogas - a suspeita é de maconha e cocaína, além de crack.
Segundo o major, as rondas policiais são constantes, mas insuficientes para conter os abusos. O militar acredita que, para sanar o problema, é necessário uma ação conjunta com demais secretarias.
Bebida e prostituição
No local, por sinal, já foram constatados venda e uso de bebidas alcoólicas para menores de idade, tráfico de drogas, perturbação do silêncio e carros estacionados em locais indevidos. Além do mais, existe a suspeita de jovens estarem sendo aliciadas para fins de prostituição.
"Sabemos que o local existe uma grande concentração de mulheres, e a maioria é de jovens, menores de idade, que podem estar sendo aliciadas para a prostituição. A presença do Conselho Tutelar é necessária, bem como a Secretaria de Trânsito e do Meio Ambiente", disse o major.
O medo de uma explosão de violência, inclusive, com tiros e mortes, tomou conta de pessoas que trabalham nessas localidades, que se sentem acuadas e com medo. Em entrevista a uma equipe da TV Centro América (Globo/4), nesta semana, trabalhadores expuseram a triste realidade.
"De vez em quand,o sai briga", disse o proprietário de uma lanchonete na região, Carlos Júnior. Já o vigilante Sabino Cândido da Silva disse sentir medo, já que no local não há nenhuma segurança.
Zona quente
Outro ponto de encontro e de perigo, situado nas imediações da Avenida Getulio Vargas, é o Posto Presidente, na Rua Presidente Marques, próximo ao Colégio Liceu Cuiabano. À noite, o posto de combustível recebe centenas de jovens que usam o pátio do estabelecimento para se embebedarem.
Em outubro deste ano, após uma discussão por motivo banal, segundo a Polícia, o jovem Anderson Silva Tapajós, 25, foi assassinado com sete tiros, que o atingiram tórax e abdôme.
Segundo a PM, o jovem estava bebendo no posto com amigos, quando a discussão teria começado. Um rapaz que também estava "se divertindo" atirou contra Anderson, que morreu na hora. Em seguida, o criminoso fugiu e, até hoje, não foi localizado.
A boate Rio Samba, na Getúlio Vargas, antiga Clube Garagem 76, é outra zona quente de baderna e contravenção, conforme a Polícia Militar. A casa noturna é conhecida por oferecer bailes funks e shows de pagode.
Em fevereiro de 2010, o jovem Wienian da Silva Martins, 25, morador do bairro Santa Isabel, morreu após briga entre gangues, que começou dentro da boate.
A festa, que começa dentro da boate, acaba com jovens bêbados e ocorrências de brigas, registradas nas calçadas, conforme informação da Polícia Militar.
O major Zacarias informou denúncias podem ser feitas ao 10º Batalhão, pelos telefones 65-3621-9462 e 3624-1901.
Há, ainda, o prefixo 190 e o Disk-Denúncia 0800-653939 - neste último não é necessário identificação para denunciar.
Veja o vídeo polêmico do funk na Avenida Getúlio Vargas clicando aqui
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