Mulher é ssassinada em casa
Silvânia Valente, de 37 anos, morreu na madrugada de ontem por conta de um espancamento praticado, de acordo com testemunhas, por seu namorado, João Batista Andrade, com quem se relacionava há três anos. Eles não estavam casados. Silvânia era mãe de três filhos. Esta semana estava se organizando para voltar ao trabalho no Conselho Regional de Medicina, retornando de licença médica por problemas na coluna.
A forte suspeita de que o namorado a assassinou foi levantada porque Silvânia foi encontrada no quintal da casa dele, na noite de quarta para quinta-feira, quando foi cometido o ato de violência.
Havia diversos vestígios da violência no local, como sangue e até dentes da moça. Além disso, havia muitos objetos quebrados e espalhados pela casa. Quando percebeu o crime, uma vizinha chamou a polícia até o local.
O “amarelinho” João Batista Andrade trabalhava na Secretaria Municipal de Transportes. De acordo com uma amiga de Silvânia, ela se queixava pelo fato de João beber excessivamente. Essa amiga conta que só o viu duas vezes, mas que ele não demonstrou nada que pudesse apontar para a violência cometida nessas ocasiões.
De acordo com testemunhas e amigos, o homem acertou a cabeça da namorada com pauladas. Ela sofreu traumatismo craniano em três regiões da cabeça. Quando a polícia chegou, encontrou Silvânia caída no quintal da casa. Ela foi encaminhada ao Pronto Socorro de Cuiabá, onde ficou durante a manhã e depois foi levada para o hospital Jardim Cuiabá. Ali faleceu, na madrugada de ontem, após uma cirurgia.
O delegado Antônio Carlos Garcia, de plantão na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que ontem mesmo começaram as investigações e as buscas pelo principal suspeito. O inquérito da polícia deverá ser concluído em 30 dias.
Como era da vontade de Silvânia, a família se mobilizou para doar seus órgãos. O velório começou ontem, por volta das 20h, na Funerária Dom Bosco. Ela deixa, além dos três filhos com idades entre 19 e 10 anos, os pais e três irmãos.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - Uma pesquisa publicada este ano pela Fundação Perseu Abramo diz que no Brasil a cada dois minutos cinco mulheres são agredidas. A pesquisa chegou à conclusão de que 7,2 milhões de mulheres com mais de 15 anos já sofreram violência física. Há 10 anos eram oito mulheres espancadas no mesmo intervalo de tempo.
A pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços públicos e privados” foi realizada em 25 estados do país. Foram ouvidas 2.365 mulheres e 1.181 homens com mais de 15 anos. Tratou de diversos temas e foi complementar a uma pesquisa parecida feita em 2001. Os dados mais significativos foram sobre violência doméstica.
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