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Economia
Terça - 08 de Novembro de 2011 às 20:16

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Com exportações em alta e bons preços, produtores de algodão estimam que a área plantada na temporada 2011/12 poderá ficar perto de 1,5 milhão de hectares no Brasil, cerca de 6% maior ante o último ciclo.

"Vai ter este acréscimo sim, porque Nova York (o mercado futuro do algodão) ainda está num patamar de 97 centavos a US$ 1 por libra-peso. Que é um patamar interessante... estamos otimistas", disse Sérgio De Marco, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) trabalha com um intervalo entre 1,35 e 1,48 milhão de hectares, variando desde uma redução de 2,9% a acréscimo de 6,1% ante o ciclo 2010/11. Na quarta-feira, a Conab atualizará sua previsão.

Segundo a Abrapa, o crescimento deve ser puxado sobretudo em Mato Grosso e Bahia, Estados que juntos respondem por cerca de 80% da produção nacional da pluma.

Na avaliação do executivo, os preços firmes do algodão no mercado internacional devem estimular o cultivo da pluma nesta temporada.

Ele observou que os preços da soja e do milho em Chicago recuaram cerca de 15% nos últimos 90 dias, enquanto o algodão negociado em Nova York perdeu perto de 3% a 4%.

"O algodão está volátil, mas esta volatilidade é menor do que na soja e milho", explicou.

Os produtores negociam as vendas antecipadas tendo como base no vencimento julho da bolsa de Nova York, que nesta terça-feira, por volta das 15h15 (de Brasília) era negociado praticamente estável a 97,31 centavos de dólar por libra-peso.

O reflexo deste cenário de preços firmes é que em Mato Grosso, maior produtor do País, devem ser cultivados 800 mil hectares com algodão. Deste total, cerca de metade desta área deve ser na segunda safra - aquela cultivada após a colheita da soja -, de acordo com a Abrapa.

"Uma parte disso (desta área) deve ser tirada do milho safrinha", observou De Marco, lembrando que o preço favorável do algodão pode levar produtores que fazem segunda safra aoptarem pela pluma.

O aumento de área e a perspectiva de uma produtividade melhor que no ciclo 2010/11 poderão levar o Brasil a novo recorde de 2,1 milhões de t na produção de algodão em pluma na atual temporada. Na safra passada, o País produziu 1,95 milhão de t da pluma.

Exportação em alta
"Com esta produção, o Brasil precisará exportar um milhão de t para desovar este estoque", observou De Marco. A estimativa para a demanda interna é oscila perto de 800 mil t.

O presidente da Abrapa destacou que o embarque de 174 mil t em outubro foi recorde mensal e que os embarques superiores a 500 mil t de janeiro a outubro também foram os maiores para o período.

Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que entre janeiro e outubro o Brasil embarcou 510 mil t de algodão em pluma, contra 410 mil t em igual período de 2010.

As importações de grandes consumidores na Ásia, como China, Indonésia, Coreia do Sul, Taiwan e Indonésia, seguem firmes mesmo diante dos altos preços da commodity.

"O Brasil já conquistou o mercado internacional", disse De Marco, justificando o bom desempenho no período.

Para a atual temporada, cujo plantio começará em dezembro, já foram contratadas as vendas externas de cerca de 650 mil t, estima o executivo.

Ele ressalta que os negócios desta temporada deverão ser feitos em condições melhores do que no último ciclo, quando a cotação em Nova York estava em torno de US$ 1 por libra-peso,mas a maioria dos negócios antecipados saiu a US$ 0,75.

Isso aconteceu porque tradicionalmente grande parte dos negócios neste mercado é feita com um ou até dois anos de antecedência, quando os preços ainda não haviam atingido aquele patamar mais elevado.

Neste ano-safra, diz o executivo, os valores médios dos contratos estão em torno de 98 centavos a US$ 1 por libra-peso.





Fonte: Reuters

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