Tercerizada da Votorantin tenta esvaziar protesto de operários de fábrica

Cerca de 200 funcionários da empreiteira Gutierrez, uma das executoras das obras da fábrica da Votorantim Cimentos, realizaram um ato público no centro  de Cuiabá  na manhã desta quarta-feira, 10. Eles protestaram  contra a proposta de reajuste salarial feita pela empresa. A Gutierrez, segundo o sindicato dos operários, tentou de todas as formas manobras para esvaziar o movimento de protesto.

A manifestação  estava marcado para as 7:h30 em frente à sede da empresa, na rua Joaquim Murtinho.  No entanto, a empresa não permitiu o desvio da rota do ônibus, e 200 deles,  de  um dos alojamentos, seguiram em marcha partindo do bairro Alvorada, onde se encontram hospedados, até a sede da empresa passando pelas avenidas Presidente Marques, Mato Grosso, Prainha e Dom Bosco.

Por volta das 10 horas, eles chegaram ao local do ato, onde cobraram a presença de um representante da empresa, que se encontrava fechada. Em frente à empresa, um aviso dizia que, devido à greve dos funcionários, o atendimento havia sido transferido para o canteiro de obras, no distrito do Aguaçu.

Toda a mobilização foi apoiada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios  e pela Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso (FETIEMT).

O reajuste salarial proposta pela empresa é de 11%, acompanhada da retirada do benefício de 25% sobre o salário a título de adicional de transferência para os funcionários de outros Estados e do adicional de hora prêmio, este último causando uma perda de R$ 110,00 nos vencimentos.

Os operários querem que seja paga a hora “in itinere”, tempo de deslocamento entre a residência e o local de trabalho, já que a grande maioria reside na área urbana de Cuiabá e precisa acordar de madrugada para estar no canteiro de obras no início do expediente, às 8 horas.

A empreiteira Gutierrez emprega a maioria dos trabalhadores que atuam na obra da fábrica, ao todo cerca de 460, entre pedreiros, carpinteiros, armadores e serventes. Uma grande parte deles é oriunda de outros estados, principalmente do Nordeste.

Os trabalhadores permanecem mobilizados no hotel Telys, no bairro Alvorada, e aguardam um posicionamento da empresa.Até  o momento, a empreiteira Gutierrez e a Votorantim Cimentos ainda não se manifestaram.