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Internacional
Sábado - 12 de Novembro de 2011 às 18:24

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A Câmara dos Deputados da Itália aprovou neste sábado o pacote de reformas econômicas que recebeu sinal verde do Senado na sexta-feira, abrindo caminho para a renúncia do atual primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.

A chamada Lei de Austeridade foi proposta pelo governo de Berlusconi, que, em troca, prometeu renunciar assim que as medidas fossem aprovadas no Parlamento.

O primeiro-ministro se reuniu por duas horas neste sábado com seu possível sucessor, o ex-comissário da União Europeia Mário Monti. Espera-se que Berlusconi renuncie oficialmente em um pronunciamento às 20h30 deste sábado (17h30 de Brasília).

A lei aprovada pelo Parlamento contém medidas duras para economizar 59,8 bilhões de euros e equilibrar o orçamento do país até 2014.

Entre estas estão o aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), de 20% para 21%; o congelamento dos salários de servidores até 2014; a alta da idade mínima de aposentadoria para as trabalhadoras do setor privado, de 60 anos em 2014 para 65 em 2026; aperto nas medidas contra a evasão fiscal; e um imposto especial para o setor de energia.

O projeto foi aprovada no Senado com 156 votos a favor e 12 contra.

PACOTE DE AUSTERIDADE

Neste sábado, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, elogiou a aprovação da lei no Senado e disse que a indicação de um novo primeiro-ministro para a Itália é "um sinal de clareza e credibilidade da situação política" no país.

Na sexta-feira, as perspectivas para a tramitação da lei no Parlamento levou os principais índices do mercado financeiro na Europa e nos Estados Unidos a encerrar em alta.

A expectativa é que Berlusconi seja substituído pelo ex-comissário da UE (União Europeia) Mario Monti. O novo governo poderia ser empossado já na segunda-feira.

O correspondente da BBC em Roma, Alan Johnston, disse que Monti, um respeitado economista, é o tipo de pessoa que os mercados financeiros gostariam de ver no poder em um momento de crise.

No entanto, analistas afirmam que, mesmo com a aprovação do pacote de reformas e a posse de um primeiro-ministro tecnocrata, a Itália ainda terá dificuldade para equilibrar sua economia.

A dívida pública italiana já atinge 120% do PIB (Produto Interno Bruto). Na quinta-feira, o governo italiano conseguiu levantar 5 bilhões de euros em novos títulos da dívida, a juros de 6,087% para títulos de um ano.

Na quarta-feira, os juros para títulos da dívida de dez anos chegaram a 7%, mesmo patamar registrado por Grécia, Irlanda e Portugal quando foram obrigados a buscar ajuda financeira do FMI e da UE.

Uma equipe de especialistas da UE já está trabalhando em Roma, monitorando os planos do governo para reduzir sua dívida.

Nos últimos 15 anos, a economia italiana cresceu a uma taxa média anual de 0,75%. 






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