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Cidades
Terça - 15 de Novembro de 2011 às 09:50
Por: Pollyana Araújo

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Menos de 1,5% da população mato-grossense doa sangue de forma regular, segundo dados do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Mato Grosso (Hemocentro). O baixo índice tem prejudicado muitos pacientes, principalmente aqueles com sangue de tipo raro, como é o caso da dona de casa Locenir Pereira Gomes. Ela está com anemia profunda e precisa receber sangue O negativo com urgência para fazer uma cirurgia.

Internada há uma semana no Pronto-Socorro de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, a paciente afirmou ao G1 que vai passar por um procedimento cirúrgico para a retirada do útero por causa de um mioma (tumor benigno). Antes disso, no entanto, precisa receber ao menos três bolsas de sangue porque encontra-se muito debilitada. No entanto, no banco do Hemocentro não sangue O negativo disponível.

A situação dela se agrava com o passar dos dias, já que, nesse caso, as plaquetas estão baixas e durante a cirurgia ela corre risco de morrer pela eventual perda de sangue, como explica a própria paciente. "Até hoje não tomei nenhum sangue. Sinto muita fraqueza e não consigo nem me levantar da cama", disse a dona de casa de 40 anos. Ela disse saber da dificuldade em conseguir doadores e lembrou que há aproximadamente seis anos doou sangue para uma criança de três anos que sofria de hanseníase.

Conforme levantamento do Hemocentro, 6% da população que vive em Mato Grosso possuem sangue O negativo e menos de mil pessoas, número bem inferior a 1%, já doaram sangue e possuem cadastro na instituição. Ocorre que apesar de ser doador universal, a pessoa com sangue O negativo pode receber somente transfusão de alguém que tenha o mesmo tipo sanguíneo.

As doações são feitas nos pontos de coleta do Hemocentro e podem ser dirigidas a um paciente específico ou a qualquer pessoa que precise de sangue. Antes da coleta, o doador passa por exames gratuitos e, além de ser saudável, deve estar bem alimentado; possuir mais de 50 quilos; ter idade entre 16 e 67 anos, menores de 18 anos podem doar na companhia dos pais; apresentar um documento pessoal com foto. O doador não pode ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação.

As mulheres podem doar sangue de três em três meses enquanto os homens a cada dois meses. Porém, pessoas com idade entre 60 e 67 anos podem doar somente duas vezes ao ano, devendo obedecer um intervalo de pelo menos seis meses entre uma doação e outra. Além de ajudar a salvar vidas, uma das vantagens é que após a terceira doação o voluntário fica isento das taxas de inscrição para concursos públicos municipais e estaduais.

Em Mato Grosso, ainda de acordo com a assessoria do Hemocentro, 60% dos doadores são homens e 40% mulheres. A maioria deles (47%) possui sangue O positivo. Em caso de falta de um sangue específico, como da dona de casa Locenir, a instituição entra em contato com os doadores cadastrados no banco de sangue e pede que faça a doação, mas nem sempre obtém êxito.

Há alguns municípios que conseguem ter estoque suficiente para atender as necessidades dos pacientes da região, como, por exemplo, Rondonópolis, Água Boa, Sorriso e Tangará da Serra, não dependendo da sede do órgão que fica em Cuiabá. Além da unidade central, na capital, existem 17 Unidades de Coleta e Transfusão (UCTs) nas cidades de maior porte do estado. Em outros 29 dos 141 municípios mato-grossenses as coletas são feitas nas Agências Transfusionais.





Fonte: Do G1 MT

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