Uma perna humana foi encontrada jogada na calçada de um cemitério na cidade de Sorriso
Descarte de membro amputado é polêmica em hospital
O descarte de membros amputados no Hospital Regional de Sorriso (395 km ao Norte de Cuiabá) gerou um grande polêmica, após uma perna humana, embalada em tecidos sujos de sangue, ter sido encontrada jogada na calçada do Cemitério Municipal, no último dia 6. Segundo informações, a perna havia sido amputada dias antes no hospital.
A Prefeitura Municipal de Sorriso e a direção do Hospital Regional de Sorriso (HRS) negam que exista negligência com o descarte dos resíduos do grupo A3, que são membros do ser humano e fetos sem sinais vitais.
A Prefeitura Municipal, por meio da assessoria, disse ao MidiaNews que a responsabilidade sobre o descarte dos resíduos é do HRS, e a sua acomodação final é feita pelo Cemitério Municipal.
O cemitério local é de responsabilidade da Prefeitura e, curiosamente, quem administra o local são as duas funerárias plantonistas, conforme a assessoria de imprensa da Prefeitura.
Segundo a assessoria, todas as questões relativas a sepultamentos e compra de terrenos é feita diretamente com as funerárias. A administração local faz os pagamentos de funcionários e a limpeza do local.
"A responsabilidade por esse material não é nossa, isso deve ser averiguado com as funerárias, pois são elas que são responsáveis por tudo. Além dessa questão dos membros amputados, praticamente tudo que é feito no cemitério é gerenciado pelas funerárias. Já faz 30 anos que é esse jeito. A administração atual disse que vai resolver esse problema", disse a assessora.
O engenheiro sanitarista da Prefeitura, Marcelo Oliveira, informou ao MidiaNews que, atualmente, as peças são enterradas em covas rasas, com cerca de 50 centímetros de profundidade. Mas. que em breve, no período de 30 dias, será construído um fosso, revestido de concreto, para o descarte das peças.
O proprietário de uma funerária em Sorriso, Giovano de Ávila, disse em entrevista ao Site Só Notícias, que já faz mais de quatro anos que todos os membros amputados no hospital são enterrados nas laterais do cemitério.
Ávila disse que o serviço é legal e que foi feito um "acordo de cavalheiros" com o Hospital Regional de Sorriso, para que as funerárias que estivessem de plantão realizassem este serviço de forma gratuita.
O empresário afirmou, ainda, que o responsável pela destinação correta desse material é o hospital, porém é a funerária de plantão (são duas em Sorriso) ficam responsáveis por enterrar as "peças atômicas" como são chamadas.
Já o Hospital Regional de Sorriso (HRS) disse, por meio de nota, que, como muitos outros hospitais do estado e do país, as peças são encaminhadas para sepultamento em cemitério.
Segundo a bióloga Rúbia Sartori, responsável pelo gerenciamento de resíduos de serviços de saúde do HRS, a conduta segue as orientações da legislação vigente no país.
A legislação determina que os resíduos classificados no grupo A3 sejam enviados para sepultamento em cemitério ou tratamento térmico por incineração ou cremação.
Após a polêmica da perna encontrada jogada no cemitério, a direção do hospital, funerárias e prefeitura se comprometeram em se reunir para decidir os novos procedimentos a serem adotados para enterrar membros amputados, na unidade hospitalar. Cabe informar que a perna foi enterrada novamente.
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