Três adolescentes fugiram do Centro Socioeducativo, antigo complexo do Pomeri, na tarde desta quinta-feira (17) em Cuiabá. De acordo com a assessoria da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), os adolescentes fugiram no momento em que eram levados por alguns agentes para a atividade escolar. Eles tiveram acesso ao telhado do pátio e pularam o muro.
Conforme informou a Sejudh, os adolescentes conseguiram fugir na parte do muro onde ainda não está instalada a cerca elétrica na unidade, que se encontra em processo de finalização. Ainda segundo a Secretaria, dois dos jovens que fugiram têm 18 anos, um deles é da capital e o outro de Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá. O terceiro jovem tem 17 anos e residia no município de Canarana, a 838 km de capital.
A mãe de um adolescente que está internado no complexo disse que testemunhou a fuga dos rapazes na tarde desta quinta. A testemunha, que não quis se identificar, informou que foi visitar o filho de 16 anos e viu o momento em que três jovens pularam o muro e fugiram. O filho dela, internado há oito meses na instituição, não está entre os fugitivos.
Policiais militares estão fazendo buscas na região do centro socioeducativo para tentar localizar os adolescentes. Até o fechamento desta matéria nenhum dos fugitivos havia sido recapturado.
Interdição
A fuga dos três adolescentes do Centro Socioeducativo aconteceu um dia depois da juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, Gleide Bispo Santos,determinar a interdição parcial daquela unidade. A decisão, segundo a magistrada, é devido à superlotação, más condições de higiene e precariedade no prédio do Centro Socioeducativo.
Para a magistrada, a situação do local, além de precária, é "insalubre, desprezível e inaceitável", submetendo os menores a um tratamento desumano que vai contra os princípios estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo ela, as paredes apresentam várias infiltrações, bolor e mofo, o que ocasiona mau cheiro. Há buracos no chão que formam poças d’água e os banheiros têm vazamentos nas torneiras das pias e vasos.
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, responsável pela unidade, informou que até a manhã desta quinta-feira (17) não havia sido notificada da decisão.
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