Deputado propõe extinção da escola ciclada e volta das reprovações
O deputado estadual Ezequiel Fonseca (PP) faz pesquisa de opinião junto aos professores da rede estadual de ensino e ouve pesquisadores na área da educação para embasar projeto de lei que pretende apresentar visando a extinção do modelo de escola ciclada. Neste sistema, implantado em Mato Grosso há 10 anos, os alunos não fazem mais prova e não reprovam mais. O parlamentar conta que resolveu investigar o assunto depois de receber inúmeras manifestações e e-mails de pais reclamando que os filhos não aprendem.
A proposta do governo Lula ao mudar a “regra do jogo” era de reduzir os índices de analfabetismo. Ocorre que o efeito, ao que parece, não foi bem o esperado, pois hoje muitos estudantes se tornaram analfabetos funcionais, ou seja, entram na faculdade sem sequer saber escrever uma redação e/ou ter domínio da interpretação de texto.
Conforme Ezequiel, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), defendia o modelo da escola dividida em ciclos porque acreditava que estando em turmas com a mesma idade, os alunos teriam melhores chances de se desenvolver. “Ocorre que quando assumiu a Prefeitura de São Paulo, Haddad viu que na prática isso não funciona e mudou de opinião”, afirma o progressista.
Ainda segundo Ezequiel, a maioria dos profissionais da educação consultados até agora são totalmente contra ao atual modelo e clamam pela volta do mecanismo da reprovação. A ideia não é voltar ao padrão antigo de ensino, mas aperfeiçoar o modelo atual. Para a professora aposentada Elza de Camargo, o modelo em vigor acabou de vez com a qualidade da educação pública. Isso porque ele retirou a autoridade dos docentes. “Os alunos passaram a não respeitar mais os professores porque não temem mais reprovar e passaram também a se acomodar nos estudos”, opina.
Ezequiel que visitou recentemente o Chile, considerado modelo na área de educação, conta porque a Educação dá certo naquele país. “Lá ainda existe a reprovação, mas se o aluno reprova pela segunda vez consecutiva a escola passa a buscar a recuperação do aluno e investigar as causas do insucesso”, concluiu.
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