Na defesa de crematório, vereador desconfia de "esquema" de funerárias
Um esquema de funerárias em conluio com a Prefeitura pode estar a chave que tranca todas as portas para a construção de um crematório público e de um novo cemitério. Essa é, pelo menos, a desconfiança do vereador Totó César, líder da bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, na Câmara de Cuiabá – sigla liderada pelo prefeito Francisco Galindo. Segundo o vereador, estaria existindo uma espécie de “forças ocultas” travando o negócio e prejudicando a população.
Totó decidiu investigar as funerárias que atuam na cidade e também, por extensão, suas ramificações dentro do Poder Executivo. Ele apresentou requerimento à Secretaria Municipal de Infraestrutura para que encaminhe ao Poder Legislativo demonstrativos financeiros da Central Municipal de Serviços Funerários Cristiano Garcia. “E outras informações relacionadas à sua administração” - informa o requerimento.
Totó César entende que falta transparência no processo de prestação dos serviços funerários. De posse das informações, o próximo passo, segundo ele, será convocar uma audiência pública para discutir o tema, com ênfase para o Cemitério e Crematório Municipal da Morada da Serra (CPA).
Para o vereador do PTB, há necessidade urgente de construção do Cemitério e Crematório Municipal do CPA, na região Norte da Capital. Ele afirma que, se necessário, apresentará emendas alterando a Lei Complementar 04 (Código Sanitário e de Posturas do Município) e, ainda, o Código de Defesa do Meio Ambiente e Recursos Naturais.
O político tem uma certa razão. As desconfianças também procedem. Pelos seus cálculos, Cuiabá possui o quarto custo mais elevado para velório e enterros, entre as capitais brasileiras, com média superior R$ 4,93 mil. Ele lembra que o alto custo e dificuldade financeira levaram, nos últimos anos, milhares de famílias a buscar uma cova em cemitérios públicos gratuitos de Cuiabá para enterrar seus entes, como indigentes. O pacote de sepultamento, pago, considerado mais em conta, envolvendo urna, jazigo, flores, velas e translado, além do cafezinho, não sai por menos de R$ 4,5 mil.
Totó César recebeu a informação de que há uma opção mais em conta são os aluguéis de gavetas, onde os corpos ficam guardados por três anos, passando pelo processo de putrefação, até restarem apenas ossos, que vão para ossários. O mesmo acontece com os sepultados gratuitos. Depois disso, então, não é mais possível visitar o túmulo do ente querido.
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