Foram consideradas impróprias as de Bonsucesso, em Várzea Grande; praia do Rio Paraguai, em Barra do Bugres; Córrego Piraputanga, em Cáceres; praias dos rios Mutuca e Comunidade São Gonçalo, em Cuiabá. Segundo a Sema, todas elas foram reprovadas pela segunda vez ao passo que as praias do Rio Claro, na capital, e Carne Seca, em Cáceres, foram avaliadas pela primeira vez e não passaram no teste.
A praia da comunidade de São Gonçalo Beira Rio é uma das mais tradicionais de Cuiabá. Para o aposentado Dalmir Lúcio de Almeida, que tem 72 anos e mora no local há 49, é triste olhar o que o tempo fez com águas cristalinas do rio.“Quem conheceu esse rio igual eu conheci e vê ele hoje. Você jogava o pinhão e olhava as piraputangas pegá-lo. Hoje você não vê nem dois centímetros embaixo da água”, observou.
Apesar da água estar imprópria, alguns ribeirinhos continuam pescando nesses locais e apontam que em nenhuma das sete praias que foram reprovadas há placa ou aviso da Sema alertando sobre a situação da água.
De acordo com o gerente da Gerência de Laboratório e Ensaios, da Coordenadoria de Monitoramento da Qualidade Ambiental, vinculada à Sema, Sérgio Batista de Figueiredo, no ano passado foram colocadas placas em todos os rios pesquisados. “No ano passado durante essa mesma campanha, a Sema colocou placas em várias praias consideradas impróprias, inclusive, nas consideradas próprias, e em alguns lugares essas placas permanecem. Agora estamos fazendo um esforço para estar ampliando esse canal de sensibilização, divulgação das informações e ainda estamos fazendo parceria com o município”, contestou o coordenador.
A médica infectologista, Sandra Breder Assis, explica que a bactéria encontrada funciona como um medidor de contaminação, que vem de esgotos. “Neste teste que foi feito foi pesquisada a escherichia coli, que é uma bactéria de diarreia. Ela é um marcador da presença de bactérias fecais. Então, além dela, deve haver outras que causam até doenças graves, além do vírus da hepatite A, que é contaminada por água com fezes”, frisou.
Ela explica que as águas são consideradas impróprias quando no trecho avaliado for verificado valor da última amostragem superior a 2000 escherichia coli por 100 mililitros, além disso, o lixo das praias, presença de dragas, esgoto, óleos e graxas contribuem para que a água fique imprópria para o banho ou ainda quando houver uma incidência elevada ou anormal, na região em estudo, de enfermidades transmissíveis por via hídrica.
Sinalização
A assessoria da Sema informou que a Legislação não estabelece a competência aos órgãos ambientais em relação a responsabilidade de sinalização nas praias, ou seja, se deve ser do estado, município ou federal. O órgão declarou também que trabalha em conjunto com o município nesse sentido, dando informações e orientando os banhistas. Já o município anunciou que também não tem a responsabilidade de sinalização, já que os rios cortam todo o estado.
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