Polícia egípcia e manifestantes entram em confronto
A polícia pôs abaixo barracas de cerca de 100 manifestantes que haviam acampado na praça durante a noite depois de um protesto na sexta-feira reunindo 50 mil pessoas, a maioria islâmicos, contra o governo militar. A ação fez com que 5.000 manifestantes voltassem ao local, iniciando o confronto.
A violência pode lançar uma sombra sobre as eleições parlamentares do Egito, que devem começar em 28 de novembro, as primeiras desde a remoção do ex-presidente Hosni Mubarak e que podem ser um grande passo rumo a um sistema democrático civil.
A polícia disparou balas de borracha contra os manifestantes, disseram testemunhas.
"O povo quer derrubar o regime!," gritaram centenas de jovens enquanto corriam em direção a uma fileira de policiais protegidos com capacetes.
A tropa de choque disparou gás lacrimogêneo para liberar a área e fechou as ruas que levavam à praça, disseram testemunhas. Os policiais espancaram os manifestantes com cassetetes enquanto eram atacados com blocos de cimento retirados das calçadas.
O Partido Liberdade e Justiça, da Irmandade Muçulmana, disse em um comunicado que "condenava a dissolução da manifestação em Tahrir pela força."
O Movimento 6 de Abril disse em comunicado que se opôs ao uso da força contra os manifestantes que protestavam de maneira pacífica e exigiu que o ministro do Interior "deixasse o cargo imediatamente."
A agência de notícias estatal Mena citou um porta-voz do Ministério da Saúde que disse que 507 pessoas ficaram feridas nos confrontos.
O protesto de sexta-feira parece ter sido o maior desafio islâmico ao regime militar desde o levante secular que derrubou Mubarak em fevereiro. Analistas sugerem que os islâmicos podem obter 40% das cadeiras, com grande parte indo para a Irmandade.
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