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Internacional
Domingo - 20 de Novembro de 2011 às 17:58

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O ex-diretor do serviço de inteligência da Líbia durante o regime de Muammar Gaddafi, Abdullah al Senussi, foi detido neste domingo no sul do país, anunciou o CNT (Conselho Nacional de Transição).

"O batalhão de Je"fel Fazzan capturou Abdullah al Senussiin na casa de sua irmã, perto de Sabha", disse o correspondente da rede de TV Free Libya (Líbia Livre).

  Paul Hackett/Reuters  
Abdullah al Senussi, ex-chefe do serviço de inteligência da Líbia, é detido no sul do país
Abdullah al Senussi, ex-chefe do serviço de inteligência da Líbia, é detido no sul do país

A detenção ocorre um dia depois da prisão do filho do ex-ditador, Saif al Islam, ocorrida neste sábado na região de Obari, a 800 quilômetros ao sul de Trípoli, por uma brigada de combatentes da cidade de Zintan, situada a 150 quilômetros ao sul da capital.

Neste domingo, o governo líbio disse que quer julgar Al Islam no país. "Queremos que o processo de Saif al Islam ocorra na Líbia, pois a Justiça líbia é a regra, e a Justiça internacional, a exceção", disse Allagui.

O TPI (Tribunal Penal Internacional) disse ontem ter recebido confirmação das autoridades líbias sobre a prisão de Al Islam. Um porta-voz do TPI, Fadi El Abdallah, disse à BBC que a Líbia tem agora uma obrigação legal de entregá-lo ao tribunal.

No dia 27 de junho, o TPI emitiu um mandato de prisão para Gaddafi, Al Islam e Al Senussi, que era ex-chefe do serviço secreto e militar do regime, por crimes contra a Humanidade. O ex-ditador foi capturado e morto em uma operação em Sirte no dia 20 de outubro.

O CNT, que está no comando interino da Líbia, já havia dito anteriormente que gostaria de investigar Al Islam e o ex-chefe de inteligência Abdullah al Senussi na Líbia. Ambos foram indiciados pelo tribunal por crimes contra a humanidade e outros crimes de guerra.

Também neste mês, o TPI informou que mantinha "contatos informais" com Al Islam sobre sua possível rendição ao tribunal. "Estamos em contato informal com Saif através de intermediários", declarou o promotor-chefe, Luis Moreno Ocampo, citado em um comunicado.

"O gabinete do promotor disse claramente que, se ele se render ao TPI, terá direito de ser ouvido ante ao tribunal e será inocente até que se prove o contrário".

Segundo Ocampo, os contatos foram feitos por intermediários, e o filho de Gaddafi tenta entender o que aconteceria se fosse inocentado das acusações. "Ele se diz inocente, ele quer provar que é inocente, e está interessado em saber as consequências disso".

O promotor disse ainda que não estaria fazendo acordo algum com Al Islam, mas apenas explicando que ele deveria ser julgado pelos crimes de guerra de que é acusado.

DISFARCE E FUGA

O filho de Gaddafi tentou escapar da captura usando um disfarce e fingindo ser um criador de camelos. As informações foram divulgadas neste domingo pelo jornal britânico "Guardian".

"Quando o capturamos, ele disse: "Meu nome é Abdul Salem, sou um criador de camelos"", contou o comandante líbio Ahmed Amur ao jornal. "Foi uma loucura".

  Ismail Zitouny/Reuters  
Saif é levado de avião para Zintan; ele se disfarçou como criador de camelos para tentar escapar
Saif é levado de avião para Zintan; ele se disfarçou como criador de camelos para tentar escapar

A unidade de Amur, a brigada Abu Bakar al Sadiq, patrulhava a área desértica perto de Zintan, no sul da Líbia, há mais de um mês, e havia sido informada na semana passada que Al Islam estaria perto da cidade de Obari. "Sabíamos que se tratava de um alvo importante, mas não sabíamos exatamente quem era", contou.

De acordo com o relato do comandante, o filho de Gaddafi estava em uma comitiva em dois jipes e, além de usar vestimentas como disfarce, passou terra no rosto para que não fosse reconhecido.

"Seu rosto estava coberto de terra, mas quando o vi sabia quem ele era".

O comandante disse ainda que Al Saif pediu que eles atirassem, o que foi recusado. "Nós o levamos para Zintan. Depois disso, a responsabilidade é do governo", disse ainda ao "Guardian".   






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