Deputados divergem sobre pedido para que presidente seja exonerado

A iniciativa dos servidores do Estado de oficializar o pedido de demissão do presidente do MT Saúde, Gelson Ésio Smorcinski, repercutiu na sessão matutina da Assembleia desta quarta (23). O deputado Sérgio Ricardo (PR) defendeu a permanência dele, mas sugeriu que um outro modelo de administração seja implantado no órgão. "Não adianta demitir o gestor se é o sistema que não funciona", ponderou.

Os servidores também devem protocolar documentos no Ministério Público do Estado para solicitar que seja investigada a aplicação dos recursos do MT Saúde. Eles têm reclamado da dificuldade em conseguir atendimento médico por meio do plano. O presidente da Assembleia, José Riva (PSD), avalia que há necessidade de investigação. Ele disse ser contrário à proposta de Sérgio. Segundo Riva, os problemas são gerados por falta de recursos. "Até há 3 meses, o MT Saúde funcionava muito bem", ressalta.

As reclamações dos usuários sobre a falta de atendimento pelo plano persistem desde agosto. Antes, os médicos já reclamavam da ausência de repasse do pagamento. Em meio à crise, o então presidente Bruno Sá pedir demissão, em 17 de outubro, alegando motivos pessoais. Um dia depois, o secretário adjunto de Administação, José Cordeiro, representou o governo do Estado, em audiência convocada pela Assembleia, e garantiu que o pagamento aos fornecedores foi regularizado.

À época, os parlamentares debatiam a alternativas para a determinação do TCE para que o MT Saúde deixe de receber aporte de recursos públicos para ser um plano auto-sustentável, sem necessidade do auxílio do governo. No entendimento dos conselheiros, o Executivo não pode restringuir o acesso ao MT Saúde a apenas servidores por ferir o princípio da igualdade de direitos a todos os moradores.

O plano conta com 55 mil usuários, sendo 17 mil titulares, ao custo de R$ 9 milhões ao mês. A arrecadação própria, porém, é de R$ 6,5 milhões. O Estado repassa contrapartida de R$ 2,5 milhões.