Nesta quinta-feira, uma reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" afirmou que o ministério forjou o documento que autorizou mudanças em projeto de mobilidade urbana na cidade, ampliando o custo da obra para R$ 1,2 bilhão - R$ 700 milhões a mais do que o previsto na proposta original.
O promotor Clóvis Almeida, que preside o inquérito civil aberto pelo MPE, disse nesta quinta-feira (24), em coletiva à imprensa, que poderá ouvir os servidores do Ministério das Cidades em relação à suposta fraude no parecer da obra que prevê a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), na capital mato-grossense.
Na avaliação do promotor, o projeto do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) não deveria constar na Matriz de Responsabilidade da Copa. Ele acredita que o VLT deve ser licitado como um projeto autônomo. A matriz se trata de um termo de compromisso assinado pelos governos estadual e federal em relação as principais obras da copa. "A obra não é essencial para a realização da Copa", comentou.
Segundo informou o jornal, o projeto inicial previa a construção de um corredor de ônibus exclusivo do tipo BRT [Bus Rapid Transit], na sigla em inglês, que já contava com financiamento aprovado. No entanto, em junho, o governo de Mato Grosso anunciou que pretendia deixar o BRT de lado em troca da implantação de um VLT. A obra é mais cara, mas, segundo o governo, é necessária para atender a um movimento de passageiros maior do que o BRT comporta. O promotor Clovis Almeida adiantou que poderá requisitar informações sobre os pareceres técnicos do ministério em relação aos dois modelos de transporte.
Modelo de VLT que consta do projeto para a Copa
em Cuiabá (Foto: Assessoria/Agecopa)
O MPF também abriu investigação sobre o assunto. A apuração do caso será feita pelo procurador Paulo Roberto Galvão que já atua no grupo de acompanhamento da Copa do Mundo de 2014. Ele vai acompanhar por meio do inquérito civil aberto em âmbito federal.
Ainda segundo a assessoria do MPF no Distrito Federal, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, não é objeto da investigação que pretende apurar primeiro os fatos relacionados à denúncia. Até o fechamento desta reportagem, o governo do estado não se manifestou sobre o caso.
Em nota enviada ao jornal e divulgada nesta quinta pelo site do Ministério das Cidades, o órgão defendeu a decisão de autorizar mudanças no projeto, mas não respondeu sobre o motivo da existência de dois pareceres.
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