Prefeitura de Diamantino vai gastar R$ 177 mil só para servir marmitas

Após a polêmica envolvendo a secretaria estadual de Educação em relação ao pregão de R$ 7,7 milhões para alimentação aos servidores em curso e que acabou sendo cancelado o fornecimento, Diamantino (a 180 km de Cuiabá) publica, nesta segunda (4), o gasto de R$ 177,3 mil com refeição.

Diariamente serão oferecidas pela prefeitura 40 refeições, divididas em almoço e janta. O pregão prevê gasto de R$ 12,15 por unidade, isso levando em consideração que a refeição seja oferecida de domingo a domingo durante todo mês. O curioso é que o expediente no Executivo é realizado, geralmente, de segunda a sexta.

Trecho do Jornal Oficial Eletrônicos dos Municípios de Mato Grosso, onde consta a licitação para adquirir as refeições

Se o cálculo de cada prato fosse referente aos dias úteis, o valor unitário passaria a ser de R$ 18,25. O gasto mensal com almoço será de R$ 7,3 mil, o mesmo valor para a janta, o que totaliza R$ 88,6 mil por turno. Os dois períodos somam, então R$ 177,3 mil. A alimentação será destinada para as secretarias municipais. A licitação, no entanto, não especifica quais são, já que a refeição poderá ser servida, não excedendo a quantidade contratada, a qualquer órgão do Executivo.

O prefeito de Diamantino, Juviano Lincoln (PSD), disse que para se chegar a quantidade de marmita foi levada em consideração possíveis eventualidades. O social-democrata citou como exemplo a realização de obras, que podem ocorrer em finais de semana, em locais distantes da cidade. “Com o marmitex não será preciso deslocar o trabalhador até a cidade para almoçar ou jantar”, justifica.

Diferente do pregão da Seduc, a Prefeitura de Diamantino não exigiu alimentos de primeira linha. O cardápio de Diamantino, conforme consta no documento, precisa ter variedade, mas a carne bovina pode ser de 1ª ou 2ª e no mínimo duas vezes por semana. Também deve ser oferecidas, por exemplo, aves (seja grelhada, assada, frita ou ao molho) em pelo menos dois dias da semana. Macarrão/massas precisam ser servidos uma vez na semana.

Outro ponto curioso é o fato do registro de preço ser para a contratação de uma empresa de confecção de camisetas e outros vestuários, conforme consta no pregão. De acordo com o prefeito, isso foi apenas erro de publicação, mas que já foi alterado. Os preços foram tomados da empresa Sandro Rodrigues de Oliveira – ME, localizada em Diamantino. O prazo de validade do contrato é de 12 meses, a partir de hoje.