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Sexta - 25 de Novembro de 2011 às 14:35

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Reprodução/RPCTV
Os bebês foram
Os bebês foram "destrocados" e já estão com as verdadeiras famílias

Duas famílias de Curitiba descobriram que tiveram seus bebês trocados na maternidade. Ambas as meninas nasceram no dia 3 de outubro deste ano, com meia hora de diferença, no mesmo hospital. A confirmação veio através de um teste de DNA, e fez com que os pais entrassem em acordo para “destrocar” as crianças, o que ocorreu na quarta-feira (23).

De acordo com o Centro Médico Comunitário do Bairro Novo, onde ocorreu a situação, no dia do nascimento uma enfermeira do hospital percebeu que as crianças estavam com as fitas relativas ao nome trocadas. Ela informou à médica pediatra de plantão, que por sua vez avisou a direção do hospital.

A maternidade do Bairro Novo é de responsabilidade do Hospital Evangélico de Curitiba. O diretor do hospital, Maurício Marcondes, confirmou o erro, e disse que alertou as famílias da possibilidade ainda no primeiro dia de vida dos bebês. “Imediatamente, a partir desta suspeita, foram reunidos os familiares, falado essa possibilidade e deflagrado um processo para que verificasse a paternidade definitiva da crianças”, explicou.

Foi um baque, na hora
parece que perdi o chão"
Gilciléia Marques, uma das mães

Mesmo com o alerta, os pais entenderam que a troca havia sido apenas da fita com os nomes, e levaram os bebês para casa. Quando o resultado do exame ficou pronto, ambos os casais retornaram ao hospital e receberam a notícia. “Foi um baque, na hora parece que perdi o chão, um gelo no meu coração. Eu olhava para ela e não queria deixar ela ir, porque ela era minha”, afirmou Gilciléia Marques, uma das mães.

Diante da falta de aceitação das famílias, outro exame foi requisitado – com o mesmo resultado. Desta vez, os casais entraram em consenso, e resolveram efetuar a “destroca”. Mesmo feliz por ter a filha verdadeira em casa, Jonatas Ramos, pai de uma das meninas, admite a saudade. “Dou graças a Deus que a outra família é boa e mora perto. Agora tenho duas filhas”, disse. Desde quarta-feira, as família têm se encontrado todos os dias.

Versão do advogado
O advogado que representa as duas famílias, Ricardo Villanueva, sustenta uma versão diferente da apresentada pela maternidade. Ele diz que o hospital só agiu depois que uma das famílias havia sido informada extraoficialmente da suspeita de troca. Segundo o advogado, somente essa família realizou exame de DNA em um primeiro momento. Na versão de Villanueva, foi esse primeiro casal que entrou em contato com o outro, antes mesmo do hospital.

Para Villanueva, o fato de o hospital ter admitido o erro não é suficiente. “O constrangimento, o eventual problema psicológico que pode ocasionar nas mães, bem como nos pais e na própria criança, isso pode ser uma maneira de ser solicitado judicialmente uma reparação”, disse. Ele pretende requisitar reparação por danos morais e materiais.

Além das sanções, uma investigação foi solicitada ao Ministério Público, já que o Hospital Evangélico não instaurou uma sindicância interna para apurar a reponsabilidade da falha.

 

 Resposta do Evangélico
Na tarde desta sexta-feira (25), a mantenedora do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba que administra o Centro Médico Comunitário Bairro Novo, Sociedade Evangélica Beneficente, emitiu nota oficial:

"Em (...) 3 de outubro de 2011 foi observada uma possível troca entre dois bebês nascidos na manhã do mesmo dia. A partir da suspeita da troca as famílias foram imediatamente comunicadas e deflagrou-se o processo de investigação através de exame de DNA dos pais biológicos dos recém-natos. Depois de coletadas as amostras, os pais optaram por aguardarem o resultado dos exames em suas residências. Desde o primeiro momento o hospital deu suporte aos familiares e orientou-os para que na alta não registrassem os bebês à espera do resultado laboratorial.

No dia 31 de outubro de 2011, a direção do hospital (...) fez a abertura dos envelopes com os resultados dos exames que comprovaram a troca [às famílias]. Diante dos resultados (...) um segundo exame [foi feito] (...). Os novos exames foram realizados no dia seguinte em laboratório diferente do primeiro.

No dia 23 de novembro de 2011, em reunião da direção do hospital com os familiares, foram abertos os envelopes com os novos resultados, que ratificaram os exames anteriores. Diante da confirmação do primeiro resultado, as duas crianças acolhidas pelos pais biológicos foram registradas no cartório instalado no próprio hospital (...)".
 






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