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Educação
Terça - 05 de Novembro de 2013 às 03:17

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Na semana em que a cúpula de cardeais da Igreja Católica, em março deste ano, se reunia em concílio para decidir quem seria o próximo Papa, um jovem de 29 anos formado em ciência da computação separou pedaços de papel, colocou neles bonecos de palitinhos e explicou, em pouco mais de quatro minutos, como fazer para se tornar um papa. O vídeo, postado no YouTube, teve mais de 50 mil visualizações. Em outra ocasião, ele já havia contado o que faz um prefeito. Em outra, de onde vêm os canhotos. Numa quarta, o que há por trás da frase “só te vejo como amigo”. Assim, de vídeo curioso em vídeo curioso, Denis Lee vem reunindo assinantes em seu canal do YouTube e uma leva de seguidores que clamam para que o tempo entre uma produção e outra seja menor.

 

A linguagem do vídeo é diferente. Ele não pode reproduzir a coisa chata da sala de aula

Dennis Leejovem que cria vídeos para explicar curiosidades no YouTube

“A linguagem do vídeo é diferente. Ele não pode reproduzir a coisa chata da sala de aula”, afirmou o jovem durante palestra no TEDx Unisinos na última quinta-feira em Porto Alegre (RS), com o tema inovação em educação. Primeiro de tudo, diz ele, é preciso entender o que o usuário quer. “A maioria das pessoas que acessa a rede procura entretenimento. Então é fundamental que o vídeo tenha humor”, afirma ele, que se inspirou em programas como Castelo Ra-Tim-Bum, Mundo de Beakman e em vídeos do próprio YouTube para fazer o que considera ser algo inerente ao ser humano: compartilhar conhecimento. Com uma ferramenta tão valiosa, acredita ele, a educação e a informação acaba se popularizando.

 

Outro ponto importante é escolher um tema capaz de despertar interesse, como alguma curiosidade ou um assunto que vem sendo discutido na mídia, e tratá-lo com suspense e criatividade. “Falo sobre uma curiosidade que encontrei em algum livro ou sobre um assunto que já está na moda, mas com a abordagem diferente. Aliás, essa técnica de escolher o assunto que está criando um buzz no momento é voltada completamente para a internet. Seu vídeo terá mais relevância nas buscas”, diz o jovem, que foi aprendendo com acertos e erros desde que começou a postar vídeos na internet.

 

A transparência é uma das características que aprendeu. Em 2010, por causa de um interesse pessoal no assunto, fez um vídeo longo sobre como funciona a cabeça das meninas nerds e geekies. Para deixá-lo mais adequado ao comportamento e ao gosto do usuário na internet, dividiu o conteúdo em três vídeos. Mas deixou o recado já na abertura do vídeo para quem quiser ler: “Esse vídeo é antigo, cansativo e demasiadamente longo. Só assista se tiver paciência (…). Eu estava aprendendo ainda. Está avisado”, brinca ele. Somadas, as três partes foram assistidas mais de 250 mil vezes.

 

Hoje ele já entendeu que a audiência na internet é flutuante, por isso os vídeos precisam ser curtos: de dois a cinco minutos, no máximo. Para preencher esse intervalo, no entanto, são necessárias entre uma e duas semanas de seu parco tempo livre – ele trabalha na TI do Google em São Paulo. Afinal, é Denis quem faz artesanalmente todo o processo, desde a escolha e o estudo do tema, passando pela produção dos bonequinhos de palitinhos que ilustram sua explicação, até a edição e a disponibilização na rede.





Fonte: Porvir

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