Atualmente, há cerca de 6,4 bilhões de assinaturas móveis no mundo contra cerca de 850 milhões de assinatura de banda larga fixa
Conteúdo e publicidade migram para os celulares, diz executivo
Qualquer um que tenha um smartphone hoje em dia, tem em mãos um processador melhor que os computadores da missão especial Apolo 11, que levou o homem à Lua em 1969. Quem revela esse potencial dos celulares é o diretor de inovação da Ericsson para a América Latina, Jesper Rhode que falou sobre duas tendências no mundo dos telefones celulares: o crescimento do mercado publicitário direcionado para os celulares e os usuários consumirem cada vez mais vídeos através dos seus aparelhos. “Hoje, 35% dos dados consumidos nos smartphone são de vídeo. Mas isso vai aumentar para 50% ou 60% em pouco tempo. Outra coisa interessante é que os negócios estão mudando da rede fixa para móveis. O e-commerce está migrando para m-commerce. E as empresas estão ficando dependentes disso” afirmou Rhode.
Segundo ele, estudos indicam que o tráfego médio de dados de um smartphone atualmente é de 450Mb/mês. “Mas em 2018 esse número vai ser em torno de 2 Gb por aparelho. E porque isso acontece? Porque o consumo de vídeo vai ser cada vez mais por telefone.” No Brasil o valor médio oferecido pelas empresas de telefonia celular pelo pacote por 500Mb é de R$ 100.
Para exemplificar ainda mais essa tendência de uso de dados por celular, ele cita o recente acordo feito pelo Facebook com operadoras brasileiras que permitem mesmo ao usuário do pré-pago, sem crédito, acessar a rede social. “O Financial Times divulgou na última semana que o Facebook caiu na bolsa. Isso porque há uma informação de que os adolescentes estão deixando de usar essa rede social. E para o Facebook é importante pagar por isso para não perder mercado. O consumidor não paga, mas as operadoras não perdem, porque quem paga é o Facebook” revela Jesper.
Mercado publicitário
O mercado publicitário é outro que vai começar a migrar de maneira intensa para o mercado de celulares. O executivo diz que a fatia desse mercado atualmente é de apenas 1,7% do total investido. “De um ano para cá, a previsão de crescimento é de 77%, chegando perto de 6% do gasto total de publicidade até 2015” afirma. “Isso está começando agora. Hoje temos o aparelho na mão. Mas o investimento de tornar esse negócio viável está apenas começando. Vai começar uma grande migração para o móvel. No futuro o móvel vai ser o meio principal de acesso” diz.
“Nós temos mais de 6,4 bilhões de assinaturas móveis no mundo. E se você compara isso com cerca de 850 milhões de assinatura de banda larga fixa que temos, você pode ver que é uma tendência a internet ser cada vez mais acessada por telefonia móvel ou tablet e não por computadores pessoais” afirmou o executivo da Ericsson baseado em uma pesquisa feita pela empresa. “Cerca de 80% de quem acessa a internet ainda faz via desktop, mas, ao mesmo tempo, de 2011 para 2012 quem acessa internet também via celular aumentou de 32% para 52% de total os usuários de internet,” disse, lembrando de outro fator curioso: as empresas precisam cada vez mais disponibilizar o mesmo conteúdo para os usuários em aparelhos diferentes, aumentando o investimento em tecnologia de nuvem.
A questão da segurança desse novo modelo de comércio também precisa ser levada em conta. Mas para o executivo, a tendência das empresas é oferecer cada vez mais segurança. “A Apple já trabalha com a digital, o Android com reconhecimento facial. Já tem opção de não trabalhar apenas com senha, mas com outro tipo de segurança biométrica. Mas temos que nos acostumar de que um telefone é quase tão vulnerável quanto qualquer outro” afirma, dizendo que as empresas vão trabalhar para dar ao móvel a mesma segurança que hoje temos quando acessamos por exemplo o banco desde o desktop.
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