Juízes do trabalho em MT estão paralisados por salários e segurança
Os 77 juízes do trabalho de Mato Grosso estão com as atividades paralisadas por 24 horas, seguindo uma mobilização nacional que atingirá 3,6 mil juízes trabalhistas e suspenderá hoje (30/11) cerca de 20 mil audiências em todo o país. No Estado, aproximadamente 350 audiências previstas para a data serão remarcadas, mas será mantido plantão para atendimento a casos de urgência. Juízes federais também anunciaram adesão à paralisação. Um ato público será realizado às 11h, no Plenário II do Tribunal Regional do Trabalho – TRT 23ª Região. Os magistrados reivindicam mais segurança para trabalhar, a recomposição das perdas inflacionárias de seus vencimentos e uma política previdenciária adequada.
De acordo com o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 23ª Região (Amatra 23), Ivan Tessaro, esta é a primeira vez na história que os juízes trabalhistas resolvem cruzar os braços em protesto contra a política salarial do governo federal que acumula perdas inflacionárias à categoria desde 2006, quando foi definido o teto máximo do serviço público. As perdas chegam a 22%, porém o governo só acenou 5% de recomposição. “Também necessitamos de mais segurança no exercício das funções, hoje muitos de nós sofrem ameaças constantemente e são submetidos ao estresse de cumprir seu dever constitucional mesmo sob risco de sua segurança própria e da família”.
Os magistrados também chamam atenção para o sistema de saúde da classe, que não previne os agravos à saúde física e mental, nem prevê proteção previdenciária adequada. Recente pesquisa realizada pela Associação Nacional de Magistrados do Trabalho (Anamatra) revela que estes profissionais têm apresentado percentual maior de adoecimento em comparação com o conjunto da sociedade, sendo extremamente elevadas as ocorrências de doenças físicas e psíquicas que os acometem. A paralisação foi decidida durante assembleia da Anamatra, e é uma iniciativa em conjunto com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Conta ainda com o apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam), que reúnem juízes estaduais.
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