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Cidades
Sexta - 02 de Dezembro de 2011 às 08:07
Por: Ericksen Vital

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Arquivo TVCA
Josino Guimarães foi absolvido por maioria dos votos dos jurados
Josino Guimarães foi absolvido por maioria dos votos dos jurados
Depois de três dias de julgamento em Cuiabá, o Tribunal do Júri absolveu, na noite desta quinta-feira (1º), o empresário Josino Pereira Guimarães, de 56 anos, mas ele deverá permanecer preso na Penitenciária Central do Estado. Ele foi denunciado por homicídio qualificado após ter um suposto envolvimento no assassinato do juiz de Mato Grosso, Leopoldino Marques do Amaral, em 1999, em Concepción, no Paraguai. O juiz foi morto após denunciar nacionalmente a existência de um possível esquema de venda de sentenças no Poder Judiciário estadual.

A maioria dos jurados reconheceu que Josino foi o mandante do crime. No entanto, o júri também decidiu que ele não deveria ser condenado. A sentença causou estranheza. O procurador da república Douglas Santos Araújo disse que a decisão apresenta uma “evidente contradição” e que vai analisar um possível recurso.

Do outro lado, a defesa do acusado comemorou o despacho. O advogado Waldir Caldas disse à imprensa que vai entrar com um pedido de liberdade do empresário, que ainda continuará preso até a apreciação do recurso. Ele vai permanecer na cadeia na capital por ter sido condenado no mês de setembro por montar uma suposta farsa para tumultuar o atual processo.

O MPF deve recorrer da decisão, mas o próprio filho do juiz assassinado, Leopoldo do Amaral, adiantou que vai pedir para a Procuradoria não continuar a disputa judicial. “O que aconteceu hoje aqui foi um teatro”, disse em tom de ironia. Ele também disse que não ficou surpreso com a decisão.

Acusado nega crime
O último dia de julgamento foi marcado pelo interrogatório do empresário. Durante as quase três horas e meia em que foi ouvido, Josino negou que tenha mandado matar o juiz e que tenha atuado como “lobista” negociador de sentenças. O acusado também afirmou não ter conhecido o juiz Leopoldino.

O caso
Segundo a Polícia Federal, o corpo do juiz estadual foi encontrado carbonizado em setembro de 1999 na cidade Concepción, no Paraguai. Ele teria sido morto após ser atingido por dois tiros na cabeça. Na época, o juiz tinha acabado de denunciar um esquema de venda de sentença. Em 2001, a ex-escrevente do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Beatriz Árias, foi condenada pela Justiça a 12 anos por co-autoria do crime. Já o tio dela, Marcos Peralta, foi condenado como o autor dos disparos, mas ele morreu na cadeia.

 

Argumentações
O MPF sustentou a tese de que Josino teria encomendado o homicídio do juiz. A Procuradoria argumentou no juri que as provas do crime de mando são mais complexas para serem analisadas pelos sete jurados, porque não existe uma prova “cabal” que aponte o feito. Mas, sim, elementos (como conversas indiscretas) que indicam a existência de elementos que compõem uma linha de investigação.

No entanto, o o advogado João Cunha, que defendeu o empresário, afirmou que o assassinato não apresentou uma relação direta entre o suposto mandante e os autores do crime. Isso porque, segundo testemunhas, o empresário teria pedido para um policial militar matar o juiz, mas quem, efetivamente, executou o juiz foram os dois já condenados. 

Outra condenação
Josino vai ficar preso porque em setembro deste ano foi condenado a mais de sete anos de prisão por integrar um suposto esquema criado para levantar a hipótese de que o juiz Leopoldino, na verdade, estaria vivo. No entanto, segundo o MPF, a nova investigação policial, tida como “falsa”, teve o único objetivo de tumultuar o processo e atrasar o atual Júri Popular contra o empresário.

O júri foi acompanhado pela reportagem do G1. Os três dias foram marcados por intensos debates entre a acusação e a defesa, além da presença de várias pessoas no plenário da Justiça Federal. Moradores da capital e familiares do acusado e da vítima assistiram ao julgamento. 





Fonte: Do G1 MT

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