Educação fortalece combate a violência com apoio da PM
As ações formativas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) destinadas aos profissionais da segurança pública do Estado na abordagem aos estudantes, devem ser ampliadas. A informação foi repassada pela coordenadora de Projetos Educativos da Seduc, Janaína Pereira Monteiro durante participação no quarto dia do Seminário “Polícia Cidadã Formação de Policiais do Comando - Regional II”, que está sendo realizado esta semana (28.11 a 02.12), no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (Cefapro) de Cuiabá.
“Pretendemos levar esse trabalho para os demais Comandos da Polícia Militar (PM) tanto de Cuiabá quanto do interior”, disse. Ela citou que durante este ano a Seduc estabeleceu uma sólida parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) no desenvolvimento de ações de combate e prevenção a violência nas Escolas. “Esse Seminário que estamos ofertando para o Comando II faz parte das ações do Programa Paz na Escola que construímos na Seduc, em parceria com a Segurança e demais Secretarias e entidades”, afirmou.
Durante as atividades desta quinta-feira (01.12), os cerca de 70 policiais participantes da formação acompanharam a palestra da assessora especial da Seduc, Rosa Neide Sandes de Almeida, com o tema: Função Social da Escola na Contemporaneidade. Em sua exposição ela enfatizou que é uma determinação da Seduc dar continuidade ao processo de relacionamento e troca de experiências e ações entre Policia Militar e Escolas.
“Os policias devem olhar para as nossas unidades de ensino com um sentimento de responsabilidade e de cuidado. Eles também são responsáveis pela formação de nossos alunos. E nossos educadores devem acolher os militares como parceiros do processo educativo”, afirmou a palestrante. Rosa Neide destacou como exemplo dessa parceria a necessidade da PM auxiliar no trabalho preventivo e educativo no entorno das escolas.
Por exemplo, “se o policial verificar que um aluno está fora da escola em horário de aula, ele deve abordar o estudante com cuidado, carinho e saber dele o motivo de não está em sala de aula. Além disso, o policial deve procurar a direção da escola e comunicar que o estudante está faltando, para que os responsáveis tomem medidas para que isso não ocorra novamente. Cabe aos militares nos auxiliarem para que nem um aluno falte às aulas assim como cabe aos educadores tornarem as aulas mais interessantes para que os meninos e meninas tenham vontade de assisti-las”, citou.
Rosa Neide lembrou que em muitas unidades de ensino do Estado o desenvolvimento das atividades diárias ocorrem somente em função do apoio da PM. “Temos problemas de violência não somente em Cuiabá e Várzea Grande, há relatos de muitas escolas situadas em cidades menores onde aulas no período noturno, por exemplo, só ocorrem em função do trabalho da polícia na garantia da segurança. Por isso estamos trabalhando com o Paz na Escola a intensificação da parceria com a Segurança Pública visando a prevenção, proteção e agora: formação dos policiais para o trato com nossos alunos”, destacou.
Investimento
Participante do seminário, a policial, Nilza Carla, do 4º Batalhão localizado em Várzea Grande ressaltou que o Seminário está sendo importante, na perspectiva de aprimorar as ações diárias dos policiais. “Essas formações são sempre muito importantes, pois auxiliam na forma como devemos abordar as pessoas, nesse caso os estudantes”, disse.
Contudo, Carla reivindica maior investimento em todos os processos que refletem a segurança no Estado. “Temos que intensificar nosso trabalho em parceria com as escolas. Mas as unidades precisam ser mais atrativas. Devem disponibilizar mais equipamentos esportivos, como quadras, para que os alunos sintam vontade de ficar na escola, após as aulas, e não nas ruas”, defendeu.
“No nosso trabalho também encontramos muitos adolescentes com problemas de vício em drogas, porém ao levarmos para os Conselhos Tutelares muitos não são atendidos por que a demanda é muito grande e falta estrutura. Não há clínicas de desintoxicação para todos, ou seja, é preciso mais investimento”, cobrou.
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