Candidatos protestam contra índios em processo seletivo
Candidatos que participaram de um processo seletivo para trabalhar no distrito sanitário do Araguaia estão insatisfeitos com interferência dos caciques na hora de contratar os aprovados pelo exame. A denúncia é de que as lideranças indígenas estão escolhendo entre os aprovados quais serão os contratados.
O processo seletivo foi realizado pela organização não-governamental Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) responsável pela saúde do distrito xavante, um dos maiores de Mato Grosso. Com salários que variam de R$ 1.380,00 a 12.000,00 o processo seletivo da ong foi muito procurado.
O cacique Domingos Xavante saiu em defesa dos índios e explicou que o edital já previa a participação do conselho formado por lideranças indígenas na avaliação dos aprovados. “Nós índios sabemos melhor do que ninguém quem deve cuidar da gente”, destacou. Segundo Domingos, alguns aprovados são de outros estados e muitas das vezes abandonam o serviço quando descobrem que as aldeias são longe e não querem cuidar dos indígenas.
Domingos negou também a acusação de que os índios estariam pedindo dinheiro para passar um aprovado na frente do outro. “Isso não existe. A nossa preocupação é escolher o candidato que goste realmente de trabalhar com os indígenas”, completou.
O processo seletivo selecionou para contratação seis médicos com salários de 12 mil; 22 enfermeiros padrão com salários de 5,6 mil; oito enfermeiros salários de 4,9 mil; dentista salários de 5,6 mil; dois engenheiro 7 mil e 82 técnicos de enfermagem com salários de 1.840,00.
Um grupo de candidatos insatisfeitos com a interferência dos índios promete acionar a Justiça para discutir o edital.
Comentários