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Sexta - 02 de Dezembro de 2011 às 20:42

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Antonio José Pereira, titular do 69º DP, de Sapopemba (Foto: Marcelo Mora/G1)

Antonio José Pereira, titular do 69º DP, de
Sapopemba (Foto: Marcelo Mora/G1)

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que o motorista de ônibus Edmilson dos Reis Alves, que foi linchado na noite deste domingo (27) em Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, morreu em decorrência das agressões sistemáticas que sofreu, principalmente provocando traumas na cabeça, de acordo com o delegado Antonio José Pereira, titular do 69º Distrito Policial, de Sapopemba.

Havia a dúvida por parte da polícia de que a morte do motorista pudesse ter sido decorrente do mal súbito que sofreu enquanto dirigia o veículo. "Neste caso, o crime seria o de vilipêndio de cádaver", explicou Pereira. Com a conclusão do laudo, os dois suspeitos já identificados, um comerciante desempregado de 23 anos e um estudante de 19 anos, de participação no linchamento de Alves foram indiciados por homicídio triplamente qualificado. Um terceiro suspeito também identificado, de 24 anos, está foragido.

O motorista foi espancado por frequentadores de um baile funk após perder o controle do veículo, bater em carros e motos e atropelar um jovem de 26 anos. Para o delegado, os três suspeitos participaram das agressões, mas não podem ser apontados como os incitadores da violência. "Na cabeça deles, eles estavam agredindo um motorista irresponsável, negligente e bêbado", disse Pereira

Os policiais utilizaram informações anônimas para identificar os três suspeitos. Segundo o delegado, no entanto, entre 20 e 25 pessoas teriam participado das agressões ao motorista. "As agressões mais violentas que acabaram resultando na morte dele partiram de cinco ou seis pessoas, pelo menos", ressaltou o delegado.

Dois dos suspeitos foram detidos nesta quinta-feira (30), mas acabaram liberados porque a Justiça negou os pedidos de prisão temporária solicitado pela polícia. Em sua decisão, a juíza alegou que os dois têm endereços fixos e conhecidos e sem antecedentes criminais.

Segundo o delegado, um dos suspeitos, o rapaz de 23 anos, confessou em seu depoimento que entrou no ônibus e "deu uns murros no motorista". E que depois ainda jogou uma pedra no coletivo, quebrando uma janela. Desta forma, o suspeito também responderá por dano ao patrimônio, segundo o delegado. Ele é proprietário de uma Mercedes Classe A, que não foi atingida pelo ônibus.

O jovem disse também que os dois amigos dele invadiram o ônibus e que agrediram o condutor. O estudante confirmou apenas que entrou o veículo, mas negou as acusações. E afirmou ainda que foi ele o agredido, pois teria levado um soco no peito ao se aproximar do motorista. Uma testemunha ouvida pela polícia nega que Alves tenha reagido, já que tinha sofrido um mal súbito. "Com a identificação destes três, as investigações começam agora. Vamos identificar os demais agressores", concluiu Pereira. 





Fonte: Do G1 SP

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