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Política
Quarta - 07 de Dezembro de 2011 às 14:38
Por: Leandro J. Nascimento

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Os ruralistas favoráveis ao novo código avaliaram positivamente a votação. O recém-eleito presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, avaliou como positiva a aprovação do texto-base do projeto do novo Código Florestal , na noite de terça-feira (06), no Senado federal. De acordo com o dirigente, que acompanhou a votação direto da capital federal, o principal benefício é a segurança jurídica que será possibilitada ao setor, durante exercício de sua atividade. No plenário foram 59 votos favoráveis e 7 contrários ao texto, que ainda voltará para apreciação da Câmara Federal.

O setor está otimista quanto a introdução dele em pauta antes do final do ano. Para Carlos Fávaro, a aprovação do texto-base não representará anistia. "Isso não representa a anistia. Com o novo Código os proprietários terão três maneiras de recuperar as áreas degradas: recompor, regenerar ou compensar a reserva legal. Os que não se encaixarem na exigência terão que recuperar a área", declarou.

O código florestal define as diretrizes a serem adotadas para a preservação ambiental durante a atividade produtiva nas propriedades rurais do país. Os dois chamados "instrumentos" de proteção ao meio ambiente - a Reserva Legal (RL) e a Área de Preservação Permante (APP) - foram mantidos. Mas o grande debate em relação ao assunto é como ficam os casos das áreas que foram desmatadas até julho de 2008. Pela proposta aprovada nesta terça-feira, os grandes proprietários rurais podem converter as multas em reflorestamento.

“O argumento de que após a aprovação do novo Código haverá aumento no desmatamento não é verdade, pois as flexibilidades para cumprir com as APPs e RL somente poderão ser utilizadas por quem desmatou até julho de 2008, e novos desmatamentos ficam proibidos na propriedade em questão”, destacou Fávaro.

Para o presidente da Aprosoja, o código cria mecanismos para se coibir novos desmatamentos no país. “O novo Código Florestal cria condições para que o desmatamento ilegal no Brasil seja zero”, acrescentou o presidente da Aprosoja.

Já o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, considera que o principal benefício a ser proporcionado pelo novo texto-base é a redução de custos ao agricultor na hora em que ele for adequar a propriedade ao que recomenda a legislação ambiental.

Pelos cálculos da entidade, seriam necessários em torno de R$ 7 bilhões para recompor as áreas de reserva, de preservação permanente caso o parâmetro a ser seguido fosse o do antigo código florestal, que vigora há 42 anos. "Nessa nova visão não será essa mesma despesa, um custo menor", disse Prado, ao G1.

Somente para a reserva legal, o projeto aprovado no Senado possibilitou a redução da reserva para 50% nas unidades federadas onde existem mais de 65% das áreas em reservas ambientais. Mas a diminuição do percentual de Reserva Legal deve ser autorizado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Opinião distinta
Em Mato Grosso, o coordenador de Políticas Públicas do Instituto Centro de Vida (ICV), Sérgio Guimarães, cassificou como "lamentável" a aprovação do texto-base do novo Código Florestal. "É uma lei que foi aprovada contra a opinião pública brasileira, contra a posição da ciência. É contra o interesse da sociedade, vai contra o bom senso. Compromete a liderança do Brasil em nível internacional, pois é uma lei que incentiva o desmatamento", frisou.

Para o coordenador, é preciso haver consenso entre as partes para formulação de uma lei que agrade ambos os lados. "Não somos contra a produção, mas que ela garanta a preservação do meio ambiente, dos recursos hídricos, o fim do desmatamento e que a produção se dê dentro do espaço que hoje está sendo feito para isso", manifestou.

A possiblidade de rever as multas ambientais nas propriedades que desmataram até julho de 2008 em reflorestamento não agradou a categoria. "Quem não cumpriu [o pagamento das multas] vai ser anistiado. Quem cumpriu teve custos, mas como fica isso? Quem cumpriu a lei anterior vai querer cumprir agora?", questinou.

Arte Código Florestal atualizada 7/12 (Foto: Editoria de Arte / G1)

Arte Código Florestal atualizada 7/12 (Foto: Editoria de Arte / G1) 




Fonte: Do G1 MT

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