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Sexta - 09 de Dezembro de 2011 às 13:09

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O policial militar João Dias deixou, na madrugada desta sexta-feira (9), o presídio militar que fica no complexo da Papuda, no Distrito Federal. O autor das denúncias de suposto esquema de corrupção que levaram à saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte foi preso nesta quarta-feira (7) acusado de agredir um policial militar e duas servidoras da Secretaria de Governo do DF .


Dias teria ido ao Palácio do Buriti devolver ao secretário de Governo, Paulo Tadeu, dinheiro supostamente deixado na casa dele por pessoas que ele relatou em depoimento à polícia como "emissários do governo".

O juiz Fábio Esteves, que concendeu liberdade provisória a Dias, entendeu que a agressão contra outro PM que fazia a segurança da sede do governo do DF não teve gravidade e que provocou lesão leve na vítima. O juiz ressaltou ainda que João Dias é réu primário e não tem "ocorrência de conduta desabonadora".

Esta é a segunda vez que o policial militar é detido, em abril de 2010, João Dias foi preso durante a operação Shaolin, da Polícia Civil, acusado de desviar cerca de R$ 3 milhões de programas do Ministério do Esporte por meio de uma ONG.

O secretário Paulo Tadeu disse que João Dias está tentando montar uma farsa. "Nunca foi meu esse dinheiro, nunca tive relações pessoais nem políticas com essa pessoa. Nem eu, nem ninguém da minha família ou qualquer pessoa do meu gabinete. É mais uma mentira dessa pessoa."

Para pedir a liberdade de Dias, a defesa argumentou que a prisão era "desproporcional ao dano causado" – no caso, uma luxação no dedo de outro policial militar. Os advogados de Dias argumentaram também que ele agiu em legítima defesa e que não sabia que os seguranças que o contiveram eram policiais militares.

Ao ser detido, o policial militar foi autuado por injúria racial e agressão contra duas servidoras e o policial militar. Pela agressão às servidoras, Dias pagou fiança de R$ 2 mil. Mesmo assim, passou a noite detido porque a agressão ao policial militar é definido no Código Militar como inafiançável, segundo o major Adriano Meirelles, da assessoria da PM.

Denúncias
O suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte foi revelado por Dias em entrevista à revista "Veja" em outubro. De acordo com a reportagem, Dias afirmou que o então ministro do Esporte, Orlando Silva, participou de suposto esquema de desvio de dinheiro da pasta.

Orlando Silva, que deixou o cargo devido às denúncias, sempre negou envolvimento com irregularidades. Em nota divulgada na época em que o caso foi tornado público, Silva disse que a denúncia era "falsa, descabida e despropositada".

Na entrevista para a revista, Dias afirmou que o ministro teria comandando um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, de incentivo à prática esportiva entre crianças e adolescentes. Conforme a revista, o suposto esquema teria desviado cerca de R$ 40 milhões da pasta nos últimos oito anos.

As denúncias chegaram ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Segundo Dias, o suposto esquema de fraude no Segundo Tempo teria começado durante a gestão de Agnelo no ministério. Ele foi ministro entre 2003 e 2008. Na época, Orlando Silva era secretário-executivo da pasta.

Agnelo sempre negou as denúncias, mas admitiu que conhecia Dias, devido a sua militância no PCdoB, sigla à qual o governador era filiado antes de se transferir ao PT.
 

 





Fonte: Do G1 DF

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