Estresse no início de gravidez interfere sexo do bebê, diz estudo
Embora já se saiba que o estresse pode afetar a duração da gravidez, até agora nenhuma pesquisa tinha examinado o efeito da tensão sobre a proporção de meninos e meninas, asseguram as autoras.
A pesquisa, financiada pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA e o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, foi publicado na edição digital da revista "Human Reproduction".
As professoras Florencia Torche e Karine Kleinhaus, da Universidade de Nova York, analisaram os certificados de nascimento dos bebês nascidos no Chile entre 2004 e 2006 para determinar sexo, peso, estatura e idade gestacional das mais de 600 mil crianças nascidas nesse período.
As autoras também observaram a idade da mãe, se ela tinha estado grávida anteriormente e em qual dos 350 condados chilenos vivia para tentar explicar como o terremoto afetou as mães que estiveram mais próximas do epicentro do sismo.
As pesquisadoras chegaram à conclusão que as mulheres que experimentaram o sismo de maneira mais severa durante o segundo e o terceiro meses de gravidez tiveram gestações mais curtas e um maior risco de parto prematuro (antes de 37 semanas de gravidez).
Outra tendência observada foi que os nascimentos de meninos diminuíram em relação aos de meninas.
Karine Kleinhaus, professora adjunta de Psiquiatria, Obstetrícia e Ginecologia e Medicina Ambiental, explicou que em geral nascem mais meninos que meninas, já que a proporção costuma ser de 51% contra 49%.
No entanto, seus resultados mostram uma diminuição de 5,8%, o que se traduziria em uma proporção de 45 nascimentos de meninos por cada cem crianças.
Uma pesquisa anterior indicara que perante situações de estresse as mulheres são mais propensas a abortarem fetos masculinos, já que eles são maiores que os femininos e requerem um maior esforço da mãe.
Além disso, os meninos podem ser menos fortes que as meninas e não adaptar seu desenvolvimento a um ambiente de estresse no útero.
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